Tem por objectivo histórico e secular a ESPOLIAÇÃO dos seus recursos naturais particularmente os recursos humanos, a população, submetida à escravatura ou actualmente como reserva de qualificada mão-de-obra BARATA e a que sobra para o DESEMPREGO ou a exportação (EMIGRAÇÃO).
Dentre as infinitas PATRANHAS com as que nos NEGAM E ANIQUILAM, hoje destaca uma que vai ser o centro da apresentação em A Crunha do último trabalho de Milhadoiro: realçar o assassinato da galega Inês de Castro como um caso de VIOLÊNCIA DE GÉNERO PARA OCULTAR O ASSASSINATO POR MOTIVOS POLÍTICOS: A UNIÃO DA GALIZA E PORTUGAL.
A galega, galego-portuguesa ou portuguesa Inês de Castro e Valadares foi degolada em Coimbra em 9 de Janeiro de 1355 por ser uma das cabeças, a de maior influência, a inspiradora intelectual, dos partidários da UNIÃO da Galiza com Portugal. O seu assassinato atribuído às ordens de El-Rei de Portugal, Afonso IV, está inspirado no medo deste à AMEAÇA IMINENTE DE ATAQUE, INVASÃO E OCUPAÇÃO CASTELHANA.
O certo é que o gigante crunhês Emílio González López na sua ainda hoje CENSURADA obra «LA INSUMISIÓN GALLEGA, MÁRTIRES Y REBELDES (GALIZA E PORTUGAL nos séculos XIV e XV)» qualifica «INÊS DE CASTRO, MÁRTIR DA GALIZA, sacrificada por razões de estado» e descreve durante vários capítulos o confronto político-militar para UNIR a Galiza e Portugal baixo a coroa do rei Pedro, amante e pai dos filhos de Inês de Castro durante quinze anos; como a família dos Castro estava envolvida neste projecto COLECTIVO nomeadamente os irmãos da Inês, Alvar Peres de Castro e Fernão Ruis de Castro; como o primeiro deles, Alvar Peres de Castro, «pensava em UNIR a Galiza, a sua pátria de nascimento com Portugal, a sua pátria adoptiva»; como o segundo deles, Fernão Ruis de Castro, Adiantado Maior do Reino da Galiza, governador e chefe militar do território galego [muito mais extenso do que hoje] rompeu a vassalagem ao rei castelhano atravessando várias vezes o rio Minho, fronteira galego-portuguesa, para mostrar adesão ao projecto de UNIÃO da Galiza com Portugal; como Inês de Castro defensora desta UNIÃO era o centro de gravidade do projecto pela sua relação com Pedro e como o seu assassinato eliminava o RISCO certo e imediato de realização deste projecto de UNIDADE, projecto que se materializa em 1369 graças a muitos galegos como o crunhês João de Andeiro, o da Ponte de Eume, Nuno Freire de Andrade, os Churruchãos e muitíssimos outros que passaram à história castelhano-espanhola como DELINQUENTES OU FORAGIDOS apenas por darem a vida e a morte à causa da UNIÃO DA GALIZA E PORTUGAL.
Qual o interesse para o operariado galego e português o conhecimento destes factos históricos? Na nossa opinião, É DECISIVO para construir qualquer projecto de liberdade e progresso na Galiza e Portugal SABER que durante séculos, sem qualquer interrupção, a luta em favor da sua UNIÃO foi brutal e cruelmente esmagada pelo Vaticano e as suas monarquias para DOMINAREM O MUNDO desde o Tratado de Tordesilhas até os nossos dias que assistimos a um novo reparto do mundo no que a Galiza e Portugal continuaremos no bando dos perdedores a não ser que a luta proletária galego-portuguesa, qualquer das lutas que motorizam o progresso da Humanidade, tenham como objectivo IMEDIATO A SOCIALISTA REPÚBLICA FEDERATIVA DA GALIZA E PORTUGAL.
Em Ferrol, Terça-Feira, 25 de Novembro de 2008
COMISSÃO PARA A REUNIFICAÇÃO NACIONAL DA GALIZA E PORTUGAL