VIA GALEGA A PORTUGAL
Os senhores e as senhoras da «política» insistem em NÃO
denominar de franquismo ou fascismo o «regime do setenta e oito» embora o
confirmem os factos, os não factos, os discursos, os narcotráficos dos «novios
de la muerte» proclamando o genocídio, a violação sistemática da Legião a
mulheres «separatistas, rojas e maçoas» e outras atrocidades cometidas com
artilharia, tanques, aviação, frotas navais e tropas de Hitler e Mussolini, com
ajuda incondicional de Salazar e mesmo com gases, o que ninguém quer
investigar... Esse regime continua proibindo violentamente o galego, reprimindo
as pessoas que na Galiza queremos galego mesmo escrito com a nossa secular
ORTOGRAFIA que não é outra que a do português. Feijó e as suas hordas
fascisto-narcotraficantes ANALFABETIZAM sistematicamente o povo galego na sua
própria língua e cultura. A ALFABETIZAÇÃO é um direito básico das pessoas
galegas que sofremos a galegofobia e o racismo institucional espanhol e não
apenas.
O regime franquista tem oitenta e dois anos de história
e o combate para a sua derrota ou derrocada não foi só combate armado, também
foi combate político-diplomático particularmente nos organismos internacionais.
Antão Vilar Ponte: «Os nacionalistas... dirigir-nos ao governo de Portugal para
defender o direito à autodeterminação da Galiza na Liga das Nações» (1918).
Em 24 de julho de 1933 a Caravana Galeuska chega à
Ponte Vedra guiada por Outeiro Pedraio onde é recebida por Bibiano
Fernández-Ossório Tafall, alcaide e presidente da Assembleia de Concelhos em
favor do Estatuto. Na manhã do seguinte dia em Compostela, Dia da Pátria, cinco
mil pessoas na Estatua de Rosalia. À tarde reunião do Galeuska com manifesto
redigido por Bóbeda; último ponto: «A Galiza na Sociedade das Nações». A
Caravana continua percurso pela Galiza proclamando a unidade no combate pela
liberdade nacional. Atravessa Astúrias, chega a Bilbo: 30.000 pessoas no Campo
de São Mames. A mobilização de massas é de tal dimensão que é mesmo reprimida
pelas forças policiais da República. Chega à Catalunha com Maciá a presidir a
Generalitat e o impacte político é tão grande que Xosé Estevez afirma esta
mobilização da Caravana ser causa da queda do governo e novas eleições. Um mês
depois o Partido Galeguista envia representante e a Galiza é reconhecida como
nação no XI Congresso de Minorias Nacionais da Sociedade das Nações. Também a
Terceira Internacional reconhece o direito leninista à autodeterminação da Galiza.
O galeguismo, Castelão, relaciona-se com o exílio português na Galiza, Madrid,
Valência, Barcelona [Congresso de partidários da Federação Ibérica] – durante a
guerra contra a República espanhola. Perdida a guerra, no exílio
galego-português, basco, catalão, espanhol essas relações são de tal qualidade
que o exílio português outorga uma especie de credencial a Castelão para o
representar perante as Nações Unidas que se constituiram na Conferência de São
Francisco em 25 de abril de 1945 onde representantes dos governos basco e
catalão estão presentes. No documento pretensamente apresentado e registado por
Josep M. Fontanals, visitante de Ernesto Guerra da Cal na sua morada de Nova
Iorque, figura como nação «Galicia-Portugal». Combate político-diplomático pela
liberdade nacional e não apenas na ONU que dura mais de uma década, até que em
13 de março de 1956 Franco foi reconhecido depois de o dia anterior ser raptado
e assassinado o Delegado na ONU do Governo Basco, Jesús Galíndez que visitara
seis dias antes Ernesto Guerra Da Cal na sua morada neoiorquina.
Desconhecemos o trabalho na ONU do Conselho Galego
presidido por Castelão porque o seu espólio permanece sequestrado pelo Feijó e
hordas. Sabemos por Alvajar que se fez essa atividade na ONU. Nós continuamos
esse trabalho para através de Portugal e a CPLP chegarmos à ONU: Em 8 de agosto
de 1998 entregamos em mão ao Secretário-geral da ONU, Kofi Annan, reivindicação
de autodeterminação da Galiza. Mais três vezes viajamos a Genebra para colocar
a questão da Galiza na ONU. Hoje as condições são muito favoráveis para a nossa
causa. Colocamos a questão em Via Galega: Chegarmos ao António Guterres através
da Assembleia da República. Resultado: negativa com escusas; «não é o momento»
e a inaudita «primeiro a Galiza, depois a ONU»...
VIA GALEGA A PORTUGAL em termos de assumirmos a nossa
própria língua, a nossa secular ORTOGRAFIA, e cultura que florescem em
Portugal. A acão política do nacionalismo-independentismo em Portugal é um
DEVER; dever incumprido contrário a qualquer racionalidade, lógica ou mesmo
prosaicas vantagens; contrário à nossa tradição de luta secular e sobretudo
longe de qualquer moderna, atual, atividade da «aldeia global».
A nossa liberdade nacional é não apenas uma questão de
força, da maior força possível mas nós RENUNCIAMOS miseravelmente, inaudita
miséria, a vantagens que temos sobre a Catalunha e Euskal Herria: Portugal e a
CPLP. Nós apelamos para RECTIFICAR A VIA: PORTUGAL. VIA GALEGA A PORTUGAL e
implementar o artigo 7.3 da sua Constituição: INSURREIÇÃO.
Em Compostela,
quinta-feira, 17 de maio de 2018
COMISSÃO PARA A REUNIFICAÇÃO NACIONAL DA GALIZA E
PORTUGAL