Queremos Galego? Seguro? Estamos certos? Temos
certeza? Nós achamos que não. Nós pensamos que uma imensa massa de pessoas do
dito campo nacionalista, nomeadamente os seus dirigentes, estão ACOMODADAS
nessa miséria de fala produto da mordaça sonora que é o espanhol para as
pessoas galegas e que nos atrapalha no cérebro a capacidade de pensar e no
aparelho fonador a de nos exprimir em galego com a correta fonética, tão
diferente do espanhol e tão próxima do português. Grandes áreas geográficas e
demográficas da Galiza continuam a utilizar os sibilantes, fonemas para os que
a ORTOGRAFIA espanhola, de tão profusa utilização na Galiza, não tem qualquer
representação: milhões de pessoas submetidas ao racismo mais abjeto mesmo
interior, às que se lhes PROÍBE com todo rigor a sua portuguesa fala mesmo
fazendo troça dela.
Continuamos submetidos ao ANALFABETISMO na nossa
própria língua e cultura IMPOSTO pelos poderes políticos e económicos espanhóis
sem fazermos a resistência FUNDAMENTAL, básica, a que o espanhol não pode
DERROTAR: ALFABETIZAR-NOS sem qualquer escusa e ALFABETIZAR o povo galego
seguindo a sábia prática de Castelão, um dos mais distintos professores do
Instituto de Estudos Galegos, que em 1931 dava em Compostela cursos de português
porque a similitude entre os idiomas da Galiza e Portugal É PERFEITA.
Assim pensava e agia Castelão e o Instituto de Estudos
Galegos em 1931; hoje, 81 anos depois, uma reivindicação democrática elementar
de qualquer programa político libertador de qualquer povo COLONIZADO, a
ALFABETIZAÇÃO na sua própria língua e cultura, não figura nos programas nem é
praxe habitual e permanente de qualquer dos muitos partidos e, sobretudo,
sindicatos que afirmam defender a liberdade nacional da Galiza, com abandonos
fora do campo linguístico, tão de destaque como os da CIG e SLG na Aliança
Social Galega, A SOGA da Galiza, que NEGA E PROÍBE defender o direito a decidir
do povo galego.
Consideramos que a Lei de Normalização Linguística e
sobretudo o Decreto de Normativização da Língua Galega assinado por Fernández
Albor, presidente da Junta e Felgueira Valverde, Conselheiro, adjunto ao
Presidente, para a Cultura, em Novembro de 1982, Decreto baseado no Acordo da
Real Academia Galega com o Instituto da Língua Galega denominado «Normas
ORTOGRÁFICAS e Morfológicas do Idioma Galego» de 3 de Julho de 1982, a
dezassete meses do golpe fascista de Tejero, PROIBIU a nossa secular ORTOGRAFIA
e contribuiu decisivamente para o ANALFABETISMO do povo galego na sua própria
língua e cultura DERROTANDO até ao dia de hoje a proposta de Ricardo Carvalho
Calero de chegarmos ao português.
O submetimento a essas aniquiladoras leis, o
«possibilismo» e sobretudo o abandono da resistência fundamental, a
ALFABETIZAÇÃO, foram demolidores. Também achamos que devemos acrescentar a
INAUDITA DIVISÃO no Português na Galiza como outro dos elementos decisivos para
o atual estado de coisas em que nos sumiu o racismo nazi do Feijó.
Em qualquer caso, TRINTA ANOS DEPOIS, podemos afirmar
que os avanços quanto a assumir na prática a IDENTIDADE do galego e o português
foram muito grandes nas últimas décadas embora INSUFICIENTES, devido à falta de
UNIÃO NO PORTUGUÊS NA GALIZA e ao rejeitamento do trabalho POLÍTICO quer na
República portuguesa quer na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. Nós
proclamamos que arranjadas as INSUFICIÊNCIAS, é nossa e da Galiza, a
VITÓRIA.
Compostela, Domingo, 27 de
Janeiro de 2013
COMISSÃO
PARA A REUNIFICAÇÃO NACIONAL DA GALIZA E PORTUGAL
Sem comentários:
Enviar um comentário