COMITÉS
DE EMPRESA DE NAVANTIA FERROL E FENE
As pessoas abaixo assinadas que trabalháramos ou
estamos a trabalhar em ASTANO e Bazan, hoje sob a denominação de NAVANTIA
1. Constatamos
que durante mais de trinta anos em ASTANO não se construiu um barco.
2. Constatamos
que hoje NAVANTIA não tem um barco que construir.
3. Constatamos
que os estaleiros navais da Ria de Vigo têm «trapalhadas legais» que lhes
impedem construir barcos.
4. Constatamos
que os estaleiros navais de Viana do Castelo levam tempo sem um barco inteiro
construir.
5. Constatamos
que os estaleiros navais da Coreia do Sul, Hyundai, Daewoo, Samsung, estão
inçados de encomendas e de barcos a construir.
6. Entendemos
que se chegou a esta situação de milhares ou dezenas de milhares de operários
sem trabalho porque o poder financeiro mundial
a) decidiu
encerrar ASTANO e LISNAVE e uma boa parte dos estaleiros navais da, então, CEE
para
b) colocar
à Coreia do Sul à cabeça da contratação e construção mundial de transporte
marítimo
c) com
FINANCIAMENTO ILIMITADO para
d) desenvolver
infraestruturas, tecnologia, organização dos estaleiros navais
e) REDUZINDO
ILEGALMENTE os preços dos barcos construidos para
f)
ELIMINAR qualquer competidor
g) com
pressão política quer sobre os governos locais (espanhol-galego) quer europeus
quer nos organismos internacionais para
h) perpetuar
e intensificar o avanço ao MONOPÓLIO MUNDIAL dos estaleiros navais da Coreia do
Sul
i)
sobre A PROIBIÇÃO DE CONSTRUIR BARCOS nos
nossos, sobre o nosso desemprego
7. Entendemos
que se chegou a esta situação porque os partidos políticos governantes durante
três décadas, PSOE-PP, ajudaram neste objetivo de sacrificar os nossos
estaleiros navais em favor dos da Coreia do Sul, promulgando ou acatando [ou
não] as pertinentes leis e financiando-os a estes e não os nossos.
8. Entendemos
que se chegou a esta situação pela COLABORAÇÃO dos sindicatos, passivos com os
respetivos homólogos governos e ativos, muito ativos, para combater ou impedir
a dissidência operária ou sindical, dentro e fora dos sindicatos, que
organizasse e mobilizasse as dezenas, centenas de milhares ou milhões do
proletariado aos que se condenava perpetuamente ao desemprego: cadeia perpétua
para o operariado preso no DESEMPREGO. Uma das atividades dos sindicatos
COLABORADORES foi acabar com a DEMOCRACIA OPERÁRIA, negar voz e voto nas
assembleias à dissidência, permitir e promover práticas e atitudes de uns
operários contra os outros, por exemplo, submeter à votação que resultou favorável
para que os companheiros da fraudulenta Sociedade Italiana do Vidro não
regresasem a ASTANO; submeter à votação a convocatória de uma GREVE GERAL na
Galiza e PROIBIR o voto aos companheiros das Companhias Auxiliares presentes na
assembleia; ou na Pç. de Armas em assembleia dita da CIDADANIA PROIBIR A VOZ,
falar, porque não se é de Navantia.
9. Entendemos
que esta prática repetida com CONTUMÁCIA durante mais de TRINTA ANOS teve uns
efeitos demolidores na NATURAL RESISTÊNCIA dos trabalhadores para EVITAR a
situação à que chegamos hoje.
10. Preocupa-nos
o presente e o futuro, a expectativa de continuarmos outros trinta anos na
mesma situação em que estamos e que dura mais de três décadas.
11. Preocupa-nos
que o Comité de Navantia e sindicatos continuem, CONTUMAZES, fazendo a mesma
política de pacto com o inimigo de classe apelando a Feijó para encabeçar… Para
encabeçar o quê? Para encabeçar o EXÉRCITO DE PATRANHAS com que nos quer «lavar
o cérebro», abafar-nos, dividir-nos e impedir a nossa UNIÃO e a nossa FORÇA? E
isso o que cumpre à classe obreira ferrolana e galega?
12. Entendemos,
entende-o todo o mundo, que a UNIÃO FAZ A FORÇA, a força obreira necessária
para vencer o capitalismo financeiro local e mundial e conseguir CONSTRUIR
BARCOS acabando com o desemprego em Ferrol-Vigo-Viana do Castelo.
13. Entendemos
que o Comité de Empresa de Navantia tem que apelar para obreiros sem trabalho,
desempregados, outros Comités de Empresas com EREs, para operariado com emprego
ou emprego em precário, numa palavra organizar e mobilizar a UNIÃO DA CLASSE
OBREIRA QUE FAZ A FORÇA.
14. Estamos
convencidos de que não poderemos estar outras três décadas como as que passamos
e que entre todos, com iniciativas como a nossa, mesmo muito melhores do que a
nossa, LOGRAREMOS, com o concurso da juventude obreira ou estudante, dos
jubilados, romper a PROBIÇÃO E CONSTRUIR BARCOS.
Em Ferrol, sábado, 14 de dezembro de 2013
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