Nestes tempos de homenagens queremos lembrar os seus
nomes e realçar os seus factos, os mais propositadamente esquecidos e dos que
mais precisamos hoje para termos a democracia que o proletariado e as classes
trabalhadoras na Galiza e no mundo nos merecemos. Nestes tempos em que na
Crimeia o proletariado e o povo organizados em milícias armadas a combaterem o
nacional-socialismo promovido pelos EUA-UE na Ucrânia, estão a tomar os
quartéis, bases e unidades navais cumpre lembrar os que tomaram o couraçado
Potemkin, os da insurreição na frota francesa, na austro-húngara e na marinha
alemã em 1918.
Cumpre lembrar que «é então na madrugada do 4 de
outubro de 1910, quando após Machado Santos se ter posicionado na Rotunda (cujo
nome tem de passar de Marquês de Pombal para Machado Santos) e o quartel de
marinheiros ter sido dominado pelos republicanos, que o cruzador «Adamastor» é
tomado pelo Tenente Mendes Cabeçadas e efetua três disparos com as suas peças
de 150 mm dando o SINAL COMBINADO para o assalto final à Baixa lisboeta» e que
o cruzador «D. Carlos I», o maior navio da esquadra, foi tomado de assalto (uns
trinta homens numa embarcação encostada no navio aonde sobem armados) pelos
republicanos liderados pelo 2º Tenente José Carlos da Maia, tudo para em 5 de
outubro de 1910, derrocada a monarquia, proclamar a República portuguesa
encabeçada por Teófilo Braga que escrevera que «o afastamento da Galiza de
Portugal provém da falta de estudo da tradição e da falta de PLANO POLÍTICO dos
que nos têm governado».
Lembramos e homenageamos Sánchez Moya, fuzilado nos
começos de agosto de 1911 na fragata «Numáncia» por a querer tomar junto com
Gonçalo Moreira para proclamar a República por SUGESTÃO da triunfante revolução
portuguesa.
Lembramos, homenageamos e proclamamos os nomes dos que em
julho de 1936 conquistaram os barcos para a República, os que DERROTARAM o
plano golpista de Mola e Franco, a começar por BENJAMIM BALBOA LOPES que desde
a Estação de Rádio de Ciudad Lineal em Madrid dirige e encoraja a implementação
do plano contragolpe organizado em Ferrol pelo CLANDESTINO comité de cabos para
a tomada dos barcos para a República.
No cruzador «Liberdade», o rádiotelegrafista António
Cortejosa Vallejo recebe o sinal e o cabo Francisco Bértalo organizou um grupo
de marinheiros e planejou com o cabo António Romero Vecino a conquista do barco
(700 de tripulação da que 200 não sabem nada). Bértalo e o grupo de marinheiros
tomam o «panhol» vigilado por um de feitura rebelde ao que golpeiam na caluga e
cai. Do «solhado» nº 6, Romero envia os marinheiros para o «panhol»: DISTRIBUEM
200 fuzis. Acontece tudo em domingo, 19 de julho, a três milhas de Cádis depois
de navegarem toda a noite desde Ferrol de onde partiram o dia anterior. Formam
um Comité o auxiliar naval António González Lopico, cabo eletricista Francisco
Bértalo, cabo de torpedos Fernando Alonso, cabos de marinharia Jose Blaco e
Henrique Gradailhe, cabos apontadores de grão calibre António Romero Vecino,
Amável Lago e o marinheiro Ruiz.
No cruzador «Cervantes», Manuel Molins Cruz, Francisco
Pozas Olave, Fernando Blanco Rodal, Eduardo Armada Muinho, Arturo Sardinha,
cabo de torpedos Lago, José Ferández Amado, Manuel Rodríguez López, Manuel
Rodríguez Esplúguez, são os novos nomes que organizam os cem fuzis que às 17h30
do domingo, 19 de julho, apontavam à ponte para deter os rebeldes em câmaras e
camarotes. A tripulação em assembleia votou o Comité de governo do barco:
Fernández Amado, Eduardo Armada Muinho, Sebastian Pozas, Arturo Sardina, Manuel
Fernández Soto, Fernando Blanco Rodal, Manuel Molins Cruz...
No coiraçado Jaime I, o barco mais poderoso da
esquadra, os cabos Souto, Garcia, Alonso e Mosquera com o «condestável»
Antúnez, o maquinista Caneiro e o marinheiro Carlos Romero dirigem a tomada do
barco seguidos do cabo Sanz, o sargento Fernández Pol, o cabo Mera, o cabo
Aguado, Jose Fernández «o Feio» e muitos mais armados com fuzis, tomada que se
consuma navegando face as costas portuguesas pouco tempo depois das 13h00 da
segunda-feira, 20 de julho. A tripulação em assembleia elegera democraticamente
um Comité integrado pelo cabo ferrolano Rogério Souto, os cabos Alonso e Padim,
o fogueiro César e o maquinista Caneiro; foi presidente o auxiliar de
artilharia Antúnez.
Na Base Naval de Ferrol combatem com as armas na mão em
favor da República o cabo Carro-de-Éguas, o rádiotelegrafista Miras, o capitão
de rádio Manuel Besteiro. Do coiraçado «Espanha», Dionísio Mourinho, Pedro
López Amor, fuzilado às 4h00 do 30 de julho de 1936. Do cruzador Cervera, o
comandante Sanchez Ferragut. O almirante do Arsenal, Azarola...
No destrutor «Lepanto», o maquinista de cargo Ginés
Jorquera e Valentim Fuentes López e as tripulações de destrutores, submarinos e
outras unidades. As tripulações, as forças DISCIPLINADAS dos navios que
submeteram à lei os mandos INDISCIPLINADOS.
Lembramos e homenageamos os que desobedeceram a ordem
de disparar sobre as forças de Salgueiro Maia no Terreiro do Paço em 25 de
abril de 1974.
Lembramos e homenageamos a Ricardo Carvalho Calero e
proclamamos que CENSURAR a sua ortografia, a do galego e português, como
pretende Bernardo Máiz, para conseguir que a RAG lhe dedique o Dia das Letras
Galegas é a mesma CENSURA à que se submete a Ernesto Guerra da Cal: CENSURAR a
identidade e cultura do proletariado, do povo galego, da Galiza e duma
Comunidade de mais de duzentos milhões de pessoas, a CPLP.
Lembramos e homenageamos as VÍTIMAS de ASTANO a trinta
anos do Decreto de Reconversão Naval e proclamamos que o objetivo de ASTANO
CONSTRUIR BARCOS conquista-se com INSURREIÇÃO.
Em Ferrol, domingo, 30 de março de 2014
COMISSÃO PARA A REUNIFICAÇÃO NACIONAL
DA GALIZA E PORTUGAL