Que a Greve Geral do 14 de
Novembro e, sobretudo, o meio milhão de pessoas que se manifestaram
na Galiza, foi um ÊXITO, achamos que é uma grande VERDADE. Como é
uma INDIGNANTE VERDADE a crueldade, o abuso, a sanha, e a brutalidade
da VIOLÊNCIA policial abrindo cabeças INDISCRIMINADAMENTE e batendo
IMPUNEMENTE a pessoas completamente indefesas. Também é VERDADE que
os governos de Rajoy e do PP proclamaram que abrir cabeças é o
NORMAL, que está bem. VERDADE confirmada no próprio dia da Greve
Geral pelo Comissário de Economia da UE, Olli Rehm a avaliar o
governo de Rajoy proclamando o bem que o está a fazer. Reparem que
as imagens que chegaram de Lisboa, de Roma confirmaram que a União
Europeia do CAPITAL FINANCEIRO através dos seus representantes da
Comissão Europeia considera o bom que é abrir cabeças para EVITAR
que o povo OCUPE os centros de poder para desde eles ORDENAR fazer o
que lhe cumpre às massas trabalhadoras. É VERDADE que a CGTP
avaliou a Greve Geral como a maior de sempre em Portugal e assim
poderíamos concluir que embora seja VERDADE que as Greves Gerais e
mobilizações europeias do 14 de Novembro abrem um novo tempo em que
a luta tem que ser a do proletariado europeu UNIDO, também é
VERDADE que o 15 de Novembro o proletariado europeu UNIDO NÃO TINHA
O PODER porque não ocupara em dia 14 os centros desde onde o poder
se exerce. Que fizeram os sindicatos às ordens dos lugar-tenentes da
classe capitalista para a tomada do poder ser VERDADE? NADA! Nas duas
semanas anteriores à Greve Geral não distribuíram um panfleto, não
colaram um cartaz, não fizeram megafonia, numa palavra, não fizeram
a pertinente campanha de AGITAÇÃO porque não queriam que em dia 14
o proletariado tomasse o poder. Que fizeram os dirigentes políticos
ditos de esquerda e nacionalistas? NADA! Nem sequer VERBORREIA em
favor da Greve Geral. Fizeram VERBORREIA duns contra os outros da que
muito se beneficiam os nazistas do PP: «quanto mais se matem entre
eles, melhor para nós», clamam alegres; em resumo, nem dirigentes
políticos, nem sindicatos estiveram um dia às 5h30 na porta das
fábricas para distribuir panfletos porque não queriam que a Greve
Geral se tornasse INSURECIONAL. Não queriam que às 00h00 do dia 14
houvesse milhares de pessoas a integrarem os MERITÓRIOS piquetes,
não queriam criar um estado de ânimo de VITÓRIA, de assalto ao
poder nas massas trabalhadoras galegas e a resposta que estas deram
acudindo às manifestações DERROTOU a sua passividade e INAÇÃO
demonstrando-lhes que querem, estão prontas para a derrocada dos
governos de Feijó e Rajoy, para tomarem o poder.
A chave da tomada do poder na
Galiza e não apenas está em Ferrol particularmente no Arsenal
Militar. Os sindicatos, TODOS, ao avaliarem ao 100 % o sucesso da
ferrolana Greve Geral estão a OMITIR que no Arsenal Militar desde
antes das 7h00 milhares de pessoas estavam a desenvolver as suas
atividades sem participarem na Greve Geral porque os sindicatos,
TODOS, tinham determinado que não houvesse piquetes nas portas,
TODAS, do Arsenal Militar, piquetes que convidassem os militares a
participarem na greve sem desenvolver qualquer atividade e a
participar na manifestação. Assitiríamos à queda dos governos de
Feijó e Rajoy se em 14 de Novembro se paralisassem atividades no
Arsenal Militar de Ferrol e as fardadas soldadas, marinheiras, cabas
primeiras, sargentas primeiras, tenentas de navio, capitãs de
fragata assistissem de criança no colo à «desparramada»
manifestação ferrolana abandonando o serviço e destino, desertando
do Arsenal? Temos óptica para contar cem mil a se manifestarem em
Ferrol e a não temos para contar dez mil em Lisboa, praças,
sargentos e oficiais das forças armadas portuguesas pela derrocada
do Passos Coelho quatro dias antes da Greve Geral? Qual a mensagem
que estavam a transmitir os militares portugueses ao se manifestarem
em Sábado, dia 10 de Novembro? Seria a de Greve Geral
INSURRECCIONAL, dito um novo 25 de Abril, uma outra Revolução dos
Cravos? E os cravos vermelhos no Parlamento galego em dia 16 nas mãos
de algunse e algumas? Seriam os que lhes sobejaram do Dia dos
Defuntos ou seriam os que anunciam o Dia da VIDA da Galiza UNIDA a
Portugal?
Temos que confessar que saímos
DERROTADOS aquando às 5h20 na Pç de Armas bradamos aos cento e
cinquenta piqueteiros e piqueteiras, ARSENAL MILITAR, piquetes no
Arsenal Militar. Só aconteceu que ao fechar os piquetes as duas
portas da Bazan, a entrada ao Arsenal foi CAÓTICA com grandes
caravanas de milhares de pessoas controladas uma a uma nas portas do
dique e da Pç Velha. Só podemos constatar que durante uns minutos
antes das 8h00 distribuímos panfletos apelando à INSURREIÇÃO que
foram apanhados por MILITARES das classes baixas. Colocamos a questão
de quais os resultados de piquetes nas portas do Arsenal como houve
nas portas do Concelho? Respondemos que os resultados seriam a tomada
do poder das massas trabalhadoras a meio da INSURREIÇÃO.
Em Ferrol, Segunda-Feira, 19 de
Novembro de 2012
COMISSÃO PARA A REUNIFICAÇÃO
NACIONAL DA GALIZA E PORTUGAL