DOIS SÉCULOS DE FRAUDE ELEITORAL NA GALIZA
Uma opinião
profusamente estendida e fomentada dentro e fora da Galiza, é a de que «as
pessoas galegas votamos ao PP», que «votamos MACIÇAMENTE ao PP» e mesmo que
«votamos TODAS ao PP», o dito «voto CONSERVADOR dos galegos». Veu-me à cabeça a
acusação que se nos fizera em Astúrias a três adolescentes galegos de 14 anos:
«los gallegos sois TODOS franquistas». Isto de associar franquismo ou fascismo
às palavras «gallego» ou «ferrolano» continua em Gara, «inasequible al
desaliento», no seu editorial de 10 de fevereiro de 2014: «regimen dictatorial
del militar FERROLANO» sem o berço de outros muitos golpistas referenciados
figurar na cabeça do ou da editorialista. Outra: «arte supremo, mui GALAICO por
outra parte, de falar sem dizer nada» (Josep Fontana). SER, 9h05, domingo, 2 de
março.
Aquando se fala
do comportamento coletivo do povo galego, TUDO é realçar o negativo para
OCULTAR o positivo particularmente no campo político, sindical ou social.
Uma olhada
superficial aos resultados nas eleições autonómicas galegas põe de manifesto
que a IMENSA MAIORIA das pessoas galegas NÃO VOTAM ao PP, não votam MACIÇAMENTE
ao PP e não votam TODAS ao PP.
Ano
|
Recenseamento
|
Participantes
|
Abstenção
|
Válidos
|
Candidaturas
|
Nulos
|
Brancos
|
PP
|
%
|
Deputa.
|
PSOE
|
D
|
BNG
|
D
|
UCD
|
CG
|
D
|
PSG-EG
|
D
|
RERA
|
1981
|
2.174.234
|
1.006.652
|
1.167.582
|
|
|
|
|
|
|
AP: 26 (71)
|
|
|
|
3
|
24
|
|
|
|
|
|
1985
|
2.226.449
|
1.277.897
|
948.552
|
1.262.564
|
|
|
|
516.218*
|
23,1
|
34 (71)
|
361.946
|
11
|
53.072
|
1
|
|
163.425
|
11
|
71.593
|
3
|
67.474 (1986)
|
1989
|
2.246.455
|
1.336.868
|
909.587
|
1.325.898
|
1.320.613
|
10.921
|
5.825
|
583.579
|
25,9
|
38 (75)
|
433.256
|
28
|
105.703
|
5
|
|
48.208
|
2
|
50.047
|
2
|
45.440 (45.291 em 1990)
|
1993
|
2.293.169
|
1.472.018
|
821.151
|
1.464.910
|
1.415.555
|
7.017
|
13.335
|
763.829
|
33
|
43 (75)
|
346.831
|
19
|
269.233
|
13
|
|
|
|
|
|
104.347 (149.424 em 1996)
|
1997
|
2.565.369
|
1.603.731
|
961.638
|
1.595.667
|
1.574.730
|
8.064
|
20.937
|
832.751
|
32,4
|
42 (75)
|
310.508
|
15
|
395.435
|
18
|
|
|
|
|
|
232.065
|
2001
|
2.567.670
|
1.544.694
|
1.022.976
|
1.533.939
|
1.507.951
|
10.755
|
25.998
|
791.885
|
30,8
|
41 (75)
|
331.819
|
17
|
346.423
|
17
|
|
|
|
|
|
|
2005
|
2.616.811
|
1.680.202
|
936.609
|
1.672.556
|
1.651.644
|
7.646
|
20.912
|
756.562
|
28,9
|
37 (75)
|
555.603
|
25
|
311.954
|
13
|
|
|
|
|
|
307.167-304.660 (J-F/2005)
|
2009
|
2.648.276
|
1.706.198
|
942.078
|
1.690.975
|
1.662.904
|
15.223
|
28.071
|
789.427
|
29,8
|
38 (75)
|
524.488
|
25
|
270.712
|
12
|
|
|
|
|
|
|
2012
|
2.697.717
|
1.481.379
|
1.216.338
|
1.443.848
|
1.405.400
|
37.351
|
38.448
|
661.281
|
24
|
41 (75)
|
279.584
|
18
|
146.027
|
7
|
|
|
|
|
|
388.856
|
*Coligação Popular Galega
Comecemos pelo referendo do
Estatuto de Autonomia em que QUATRO de cada cinco pessoas o não votaram
AFIRMATIVAMENTE, a vontade popular galega foi RECHAÇA-LO, REJEITA-LO. Um
Estatuto de Autonomia com apenas o apoio do 20 % dos votantes, rejeitado pelo
80 %, em termos DEMOCRÁTICOS, teria de ser retirado e negociado um outro que
tivesse o apoio da metade mais um do recenseamento, quer dizer, retirar o
RACISTA Francisco Vázquez e os outros CINCO que o elaboraram, para novos
representantes do povo galego determinar o que cumpria para a Galiza. E o que
lhe cumpria à Galiza era o que os SEIS, encabeçados pelo Sr. Lalalã,
REJEITARAM, a começar pela proposta de Carvalho Calero de o dito «galego»
convergir com o português a «prazo fixo», dez ou vinte anos, e acabar com a
proposta do Conselho de Forças Políticas Galegas.
O franquismo
viu-se perdido e recorreu ao golpe militar do 23-F (dous meses depois de
celebrado o referendo em 21 de dezembro de 1980) para IMPOR o Estatuto de
Autonomia e as eleições autonómicas de 21 de outubro de 1981, oito meses depois
do golpe, cujos calculados resultados, AP: 26; UCD: 24, dum total de 71
deputados, INAUGURAM o governo de MINORIA, quer dizer, A TIRANIA, e a TIRANIA
GENOCÍDA FRANQUISTA a presidir o órgão de soberania do povo galego, o
Parlamento: durante OITO ANOS (1981-1989), presidiu o Parlamento o Sr. Rosón,
pertencente à «gloriosa» família dos que jogavam futebol com as cabeças
decepadas das suas VÍTIMAS, SEQUESTRADO reportagem
publicado pelo semanário INTERVIU sem termos notícia de qualquer desfecho após
mais de trinta anos.
Naquela altura
como na atualidade as opiniões negativas acerca da Galiza contrastavam com as
opiniões acerca da Andaluzia e o seu Estatuto de Autonomia. Ninguém foi capaz
de reivindicar com orgulho o MACIÇO RECHAÇO do povo galego ao Estatuto dos SEIS
e obrar em consequência.
Nas eleições de
21 de outubro de 1981, 1.808.144 pessoas NÃO votam à AP, apenas 366.090, o 16,8
% (com os votos da UCD somariam 704.090), quer dizer, três pessoas de cada
vinte, governo de minoria, TIRANIA da AP, 26 dum total de 71 (somando os da
UCD, 50 dum total de 71).
Nas eleições de
24 de novembro de 1985, 1.710.231 pessoas NÃO votam Coligação Popular Galega
(CPG), apenas 516.218, quer dizer, de cada dez votantes, 2,3 votam CPG, sete
meses depois de Felipe González DERROTAR o proletariado de ASTANO em 12 de
abril de 1985; governo da minoria, TIRANIA DE CPG, 34 dum total de 71.
Nas eleições de
17 de dezembro de 1989, 1.662.876 pessoas NÃO votam o PP, apenas 583.579 (33
%), quer dizer, UMA de cada quatro, seis meses depois de acabar os Fundos de
Promoção de Emprego de ASTANO com mais de TRÊS milhares de pessoas DESPEDIDAS
por El-Rei e Felipe González; governo de minoria, TIRANIA do PP com 38 dum
total de 75. Fraga eleito.
Nas eleições de
17 de outubro de 1993, 1.529.330 pessoas NÃO votam o PP, apenas 763.839 (25,9
%), quer dizer, UMA de cada três; governo de minoria, TIRANIA DE FRAGA e do PP
com 43 dum total de 75.
Nas eleições de
19 de outubro de 1997, 1.732.618 pessoas NÃO votam o PP, apenas 832.751, o
maior número de votos alcançado, relativizado num 32,4 %, quer dizer, menos de
UMA de cada três; governo de minoria, TIRANIA DE FRAGA e do PP com 42 dum total
de 75.
A fonte dos
dados é o Diário Oficial da Galiza (DOG) e nestas eleições de 1997 o
recenseamento aumentou a respeito das anteriores em 1993 em 272.200 votantes
face aumento de 46.714 em 1993 a respeito de 1989 ou o de 20.006 de 1989 a
respeito de 1985.
Nas eleições de
19 de junho de 2005, 1.860.249 pessoas NÃO votam o PP, apenas 756.562 (28,9 %),
quer dizer, menos de TRÊS de cada dez; e o governo de minoria, 867.557 votos
PSOE+BNG, continua a TIRANIA do PP . O compromisso da REGENERAÇÃO DEMOCRÁTICA e
de ASTANO galego, público e governado com o concurso dos trabalhadores é
VIOLADO por 38 dum total de 75. O recenseamento aumenta em 49.140 votantes.
Nas eleições de
1 de março de 2009, 1.858.849 pessoas NÃO votam o PP, apenas 789.427 (29,8 %),
quer dizer, TRÊS de cada dez; governo de minoria, TIRANIA DE FEIJÓ e do PP com
38 dum total de 75. O recenseamento aumenta em 31.465 votantes.
Nas eleições de
21 de outubro de 2012, 2.036.436 pessoas NÃO votam o PP, apenas 661.281 (24 %),
quer dizer, UMA de cada quatro; governo de minoria, TIRANIA DE FEIJÓ e do PP
com 41 dum total de 75. O recenseamento aumenta em 49.441 votantes.
Numa palavra, as
pessoas galegas NÃO votam o PP, NÃO «despotricam» e NÃO votam MASSIVAMENTE o
PP, NÃO votam TODAS o PP. Nas eleições autonómicas o PP NUNCA passou do 33 %
dos votantes, SEMPRE governou em MINORIA, exercendo TIRANIA E FRAUDE ELEITORAL
permanente para se perpetuar nela.
A ABSTENÇÃO, o
número de votantes que se abstiveram em todas as eleições autonómicas SEMPRE
ultrapassou com muito os votos do PP ou de BNG+PSOE, chegando quase a duplicar,
como nas eleições de 2012 em que o PP teve 661.281 votos face 1.216.338 da
abstenção.
A abstenção e o
IRREGULAR crescimento do recenseamento, não sabemos se em concordância com o
crescimento da população, são cousas que chamam a atenção. Como é possível que
durante mais de três décadas a abstenção fosse quase REGULAR, ultrapassando o
milhão em duas eleições, 2001 e 2012, sem que tenha havido NOVE, um por
legislatura, ou mais estudos acerca das suas causas? A resposta a dá, mais uma
vez, a ideologia espanhola DOMINANTE condensada em «el que calla otorga»,
acrescentada com o RACISMO brutal que quer OCULTAR a ESPOLIAÇÃO da democracia e
da nossa soberania atribuindo-nos «passividade, indiferença, submissão,
inferior consciência política, TODOS franquistas, não se sabe se sobe ou desce,
etc.»
A resposta nunca
se dá em termos de direitos individuais e coletivos da Galiza porque de facto
se lhe NEGAM às pessoas galegas, quer dizer, se você não vota, vota nulo ou
branco, NÃO TEM DIREITO A DECIDIR!
NUNCA se
considera a abstenção como uma opção política; mesmo pela dita oposição ao
franquismo que reclamou abstenção no referendo da REFORMA franquista ao considerar
que não havia condições democráticas. Será que cerca de UM MILHÃO de pessoas
galegas que durante TRINTA anos, eleição após eleição, se abstiveram o faziam
porque consideravam que não havia condições democráticas? Havia condições
democráticas? Se não havia condições democráticas para o referendo da reforma
franquista, havia-as para o referendo do Estatuto de Autonomia de 21 de
dezembro de 1980 que atingiu uma abstenção de 71,8 %?
Quais eram as
«condições democráticas» do referendo estatutário para Felipe González afirmar
em 5 de novembro de 1980 que «Espanha es como um helicóptero en el que se estan
encendiendo todas las luces rojas de alarma» ou El-Rei manifestar em 25 de
dezembro «estar muito preocupado pela situação atual»?
Havia condições
democráticas na Galiza 239 dias ou 34 semanas ou oito meses depois do golpe de
Estado de 23 de fevereiro, aquando se celebraram as primeiras eleições
autonómicas em 20 de outubro de 1981 que inauguram o Parlamento, órgão da
«soberania popular galega» presidido pelo Sr. Rosón, insigne franquista?
Era franquista,
fascista, nazi fascista, a ideologia dos golpistas e dos do Pacto do Capô?
Houve listagens de «comunistas radicais» e outras ervas para sermos fuzilados?
Anunciou a sua demissão em 27-F o alcaide de A Crunha, Domingos Merino para ser
IMPOSTO um outro da UCD em 25 de março? Podemos afirmar que essas primeiras
eleições autonómicas se realizaram num clima de terror? É exagerado? De medo,
porventura? A parvoíce do povo galego é de tal intensidade como para esquecer o
GENOCÍDIO franquista e DÉCADAS DE RESISTÊNCIA GUERRILHEIRA ARMADA? Desde 19 de
julho de 1936 até ao assassinato do General de Galeg@s Livres, José Veiga
Castro, «o Piloto» e a publicação no nº 1 do «Terra e Tempo» da UPG «a
liberación nacional galega non desbota o vencellamento FEDERATIVO da Galicia
con os demais povos da Penínsoa», em 1965, TRÊS DÉCADAS DE RESISTÊNCIA ARMADA
que continuam com mais UMA DÉCADA DE RESISTÊNCIA POLÍTICA até ao referendo da
reforma franquista em dezembro de 1976.
Eram franquistas,
falangistas de todas as pelagens as pessoas que integraram o órgão dito
pre-autonómico presidido pelo genocída Rosón desde 18 de abril de 1978?
Investidura de Suarez em 30 de março; jura o cargo em dia 2; no seguinte dia, 3
de abril de 1979, eleições municipais: define esta sequência as «condições
democráticas»?
Eram franquistas
os 26 de AP, dentre eles Mariano Rajoy Brey, e os 24 da UCD, «eleitos» em 1981,
presididos no Parlamento por Rosón? E os 34 de Coligação Popular Galega eleitos
em 1985? Quanto cobrou Mariano Rajoy Brey como deputado e em 1982 Diretor Geral
para as Relações com o Parlameto de Rosón? Pode-se afirmar que durante mais de
uma década (1978-1990) o franquismo governou a Galiza? Podemos afirmar que
desde 1990 um ministro franquista, Fraga, governou a Galiza até ao ano 2005?
Pode-se dizer
que Trilho veu à Galiza para perpetrar e consumar a FRAUDE ELEITORAL do PP nos
dias posteriores ao 19 de junho de 2005 na contagem dos votos da emigração na
Ponte Vedra? Podemos dizer que nós estivemos cada dia na entrada ao trabalho na
porta da Bazan distribuindo panfletos para INSURREIÇÃO caso ROUBAR as eleições
o PP de Trillo-Fraga.
Por que Tourinho
não convocou eleições aquando NÃO lhe cumpria ao PP encabeçado por Feijó? Quais
as razões de Ibarretxe para realizar as eleições bascas coincidindo com as
galegas em 2009? E as de Patxi López para forçar Feijó a adiantar as galegas e
coincidirem as duas o mesmo dia 21 de outubro de 2012? Queriam Ibarretxe e
Patxi López o mesmo que o presidente de Iberdrola abraçado a Feijó celebrando o
«Dia da Victória»? Porventura a explicação tem muita maior DIMENSÃO? A dimensão
de Portugal e a da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa ou talvez mais?
O que permitiu,
eleição após eleição, a MAIORIA ABSOLUTA dos franquistas na Galiza, foram uns
poucos votos, dada a SUICIDA DIVISÃO da dita esquerda e a pertinaz UNIÃO de
aqueles, votos conseguidos pelo franquismo a meio da FRAUDE ELEITORAL sobre um
desenho de eleições feito para perpetuar no poder o que Franco impusera em
Estado de Guerra, El-Rei, o franquismo, a CE e o EA.
Todo o mundo
sabe na Galiza e fora dela que por Fraga votaram os mortos (não sabemos quantos
em cada eleição), que ele próprio apelou a «UMA pessoa, DEZ votos para ele», a
acarretar votos, a transportar votantes idosos, a manipular os recenseamentos,
falsificar atas e um sem-fim de mecanismos para o mesmo fim. Um deles, o
Recenseamento Eleitoral de Residentes Ausentes (RERA). Em 1986 era de 67.474;
em 1989, 45.440; em 1990, de 45.291; em 1993, 104.424; em 1996, 232.065; em 1
de janeiro de 2005, 307.167 e em fevereiro de 2005, 304.660 depois de limpar o
recenseamento; em 1 de janeiro de 2012, 388.856.
A partir da
eleição de Fraga em 1990, o aumento do RERA é mais do DUPLO em 1993; mais do
DUPLO em 1997 que é aquando o PP tem mais votos em termos absolutos, em termos
relativos, em 1993. Depois de 1997, o RERA continua a aumentar e os votos do PP
a diminuir e até hoje. Sendo o RERA o 14,6 % do recenseamento total e sabendo
que, por exemplo, em Avião, o 60 % dos votantes são do RERA, a manipulação, a
FRAUDE ELEITORAL, pode-se afirmar, com certeza, DETERMINANTE para a MAIORIA
ABSOLUTA do PP. Determinante e IMPUNE porque a Lei Eleitoral e as Juntas
Eleitorais assim o garantem.
Outro dos
mecanismos chave, porventura o principal, é o do FINANCIAMENTO ILEGAL DO PP A
MEIO DO NARCOTRÁFICO: nós não publicamos que o narcotraficante Vicente Otero,
«Terito», integrante de AP e amigo pessoal de Fraga, FINANCIOU o ministro
franquista e o[s] seu[s] partidos[s] AP, CPG, PP. Nós também não publicamos o
caso do narcotraficante «Nené» Barral, protegido do «Terito», alcaide de
Riba-de-Umia no partido de Fraga e depois do escândalo do financiamento
narcotraficante, alcaide «independente»; tudo anedótico porque os delinquentes
narcotraficantes organizados em AP-CPG-PP eram muitos dentro e fora dos ditos
partidos. Manuel Cruz e Pablo Vioque, que sabiam demasiado, morreram
estranhamente, diz que, porque de Vioque afirma algum média que não existe
certificado de defunção. O caso de Cruz tem especial relevo porque em Ferrol
todo o mundo sabe que fora Guerrilheiro-de-Cristo-Rey junto com J. Juncal e
Arsénio Fernández de Mesa, este «íntimo amigo» de Mariano Rajoy Brey que viveu
os melhores tempos do financiamento narcotraficante da AP-CPG-PP quer como
deputado no Parlamento quer como Diretor Geral, na Conselharia de Presidência,
de Relações com o Parlamento quer como presidente da Deputação da Ponte Vedra
sem deixar rasto da sua presença nela nem na página web da dita Deputação nem
na do BOP. O caso de Cruz tem especial relevo porque foi ele, segundo El País,
o contacto para Juan Fernández, ex-Conselheiro de Indústria, vender ASTAFERSA a
Marcial Dorado e este construir em A Granha (Ferrol) o «buque insígnia» do
narcotráfico, o «Nautillius»; Cruz foi o motorista de Romay Beccaria,
Conselheiro de Sanidade na altura, hoje a presidir o Conselho do Reino e grande
troveiro sob o pseudónimo de «Avelãs Aylas» a trovar o braço in-CORRUPTO da
Santa Tareyja contra o MADURO e vermelho diabo; Cruz, motorista de Romay
Beccaria que tem às suas ordens o Diretor Geral do Sergas, Alberte Nunes Feijó,
apresenta este ao Marcial Dorado para se fotografarem juntos sem que ao juiz
Taim, à Fiscalia Antidroga, ao Conselho Superior do Poder Judiciário ou
qualquer órgão competente se lhe ocorra que há INDÍCIOS RACIONAIS [ou
EVIDÊNCIAS?] para investigar o ENVOLVIMENTO do Feijó no narcotráfico do Marcial
Dorado para além do poeta jogral de Betanços e da capital do Reino.
Poderíamos
acrescentar o mecanismo do 5 % dos votos, limite imposto por Fraga para ter um,
uma, representante e muita outra coisa que analisa Baldomero Cores Trás-Monte
no seu trabalho «Livro Negro da Galiza Eleitoral» para concluir que desde o ano
de 1812 até ao ano de 2012, DOIS SÉCULOS INTEIROS, a Galiza está em estado de GOLPE
ELEITORAL permanente, que a ILEGALIDADE ELEITORAL, sob essa atuação de GOLPE
COMICIAL persistente, FOI UMA CONSTANTE NA MAIOR PARTE DAS ELEIÇÕES... para
criar uma FICÇÃO POLÍTICA para manter e reforçar o PODER COLONIAL ESPANHOL,
para o proletariado rural ficar amarrado pelos foros e o laudémio a uma
BURGUESIA IMPORTADA, interessada no LUCRO IMEDIATO mais do que no
DESENVOLVIMENTO do génio próprio do país galego, para o proletariado galego
ficar submetido a uma burguesia ESTRANGEIRA, INTERESSEIRA e interessada NO
LUCRO IMEDIATO, NA ESPOLIAÇÃO COLONIAL que impede a liberdade nacional da
Galiza e o seu DESENVOLVIMENTO civil, político, económico, social e cultural.
FICÇÃO POLÍTICA,
golpe eleitoral permanente, que continua, eleição após eleição, agora nas ditas
europeias. Não sermos capazes de romper esse abafante, castrante percurso é o
resultado de obra humana, aquando os agentes eleitorais ditos proletários,
nacionalistas, independentistas, etc. ABANDONAM A LUTA PROLETÁRIA, a luta de massas,
para a subordinar e substituir pela luta eleitoral, pela luta pelo voto.
Uma das chaves
da Revolução soviética foi a EDUCAÇÃO POLÍTICA do proletariado, o russo e o das
nacionalidades NÃO russas: tomada do poder a meio da INSURREIÇÃO,
INTERNACIONALISMO PROLETÁRIO, decretar a liberdade nacional, o direito de livre
determinação incluída a separação e todas as medidas para construir o
SOCIALISMO. Tudo, aparentemente, fica longe na distância e no tempo que se
passou, um século menos três anos, embora nós pensemos que tem uma imensa
atualidade e frescura como referente para julgar o que nos está a acontecer na
Galiza e no mundo.
No confronto
ideológico que se está a desenvolver no dito nacionalismo, as IDENTIDADES
chamam a atenção: dirigentes do BNG e ANOVA consideram referente a Catalunha e
Euskal Herria e a Galiza, comparada com esses referentes, INFERIOR. Exemplo:
«um povo, como é o nosso, que não tem hoje uma POTÊNCIA ENDÓGENA OFENSIVA CARA
À INDEPENDÊNCIA ANÁLOGA/COMPARÁVEL à da Catalunya ou Euskal Herria» (Beiras
argumentando para ANOVA se aliar com Izquierda Unida). A mesma inferioridade da
Galiza como argumento para BNG se aliar com EH Bildu, aquela de «obediência»
estatal, esta «desobediente»: IDENTIDADE CONTRÁRIA.
Os efeitos da
CONTRÁRIA IDENTIDADE: «o confronto aberto no plano político e eleitoral acabam
criando um fosso não só entre os dirigentes ou a militância das respetivas
organizações mas também no próprio CORPO SOCIAL. Os efeitos colaterais da
disputa política acabam [produzindo] fazendo «mella» (sic) no divórcio AFETIVO
e finalmente ideológico de uma parte da BASE SOCIAL. Isso é o que ao LONGO
prazo debilita e desgasta o conjunto do nacionalismo (Xavier Vence, IDÊNTICO
mas CONTRÁRIO a Beiras). A palavra e o conceito proletariado, internacionalismo
proletário, DESAPARECEM em ambos os dois, substituídos por COOPERAÇÃO, CORPO
SOCIAL, BASE SOCIAL, NACIONALISMO. Segundo Xavier Vence, «BNG trabalha
ativamente em todos os movimentos sociais sem buscar protagonismos ESPÚRIOS»;
nós convidamos para ser analisada a atividade de Jesus Domingues, candidato nº
4 do BNG, na luta dos «preferentistas» como «representante ou porta-voz das
Plataformas da Galiza», reiteradamente publicado nos meios escritos do BNG, ou
a sua oposição a incluir, CENSURAR, a reivindicação de Banca Pública na luta
contra os crimes de NGB, o qual pode alastrar para, MAIS IDENTIDADE, AGE, BNG,
PSOE. Xavier Vence acha que «prévio reconhecimento como IGUAIS, sempre será
possível a COOPERAÇÃO internacionalista»: Gara considera-nos inferiores, faz
exercícios de RACISMO contra nós, AGE-BNG consideram à Galiza INFERIOR à
Catalunha e Euskal Herria, é possível a COOPERAÇÃO internacionalista?
É possível a
AMIZADE e COOPERAÇÃO internacionalista com Portugal e a Comunidade dos Países
de Língua Portuguesa (CPLP)?
Se BNG e AGE
(ANOVA+IU) considerassem como referente a Portugal a POTÊNCIA ENDÓGENA do povo
galego seria mesmo superior. Se tornassem à origem, aos princípios DEMOCRÁTICOS
que os inspiraram encontrariam no IV Congresso do PCE em 1932, em Sevilha, a
defesa do direito de Autodeterminação e a defesa da União Livre de Repúblicas
Confederadas Ibéricas, quer dizer a União Livre da República da Galiza e
Portugal com a República da Catalunha, com a República da Bascônia e com a
República da Espanha; encontrariam no ponto nº 10 dos Dez-Pontos fundacionais
da UPG em 1965 que «a libertação nacional galega não desbota o
''vencelhamento'' federativo com os demais povos da ''Penínsoa''», quer dizer,
Confederação Republicana de Nações Ibéricas que Jaime Quintanilha Martínez
defendia em 27 de junho de 1936 como fazendo parte do programa do PSOE e da II
Internacional; acrescentemos que III e I também defendiam. Numa palavra,
ENCONTRARIAM PORTUGAL.
Qual balanço se
pode fazer hoje do IV Congresso de Sevilha em 1932? Que demoraram 36 anos em
criar o Partido Comunista de «Galicia» em 1968, três anos depois da fundação da
UPG? Que registaram o PCG em 1986? Qual balanço podem fazer os ditos
«comunistas» galegos relativamente aos princípios que inspiraram a VIDA e a MORTE
de Benigno Alvárez, 77 anos passados do seu passamento?
E a libertação
nacional galega para o «vencelhamento» federativo do povo galego com o povo
português qual o balanço do trabalho realizado em meio século menos um ano?
Nothing? Coisa nenhuma?
PODEMOS FALAR EM
CORRUPÇÃO IDEOLÓGICA?
Portugal, a
potência endógena do povo galego superior à da Catalunha e Euskal Herria?
Portugal e a CPLP potência endógena do povo galego MUITO SUPERIOR à da
Catalunha e Euskal Herria juntas? Poderemos criar a Assembleia Nacional da
Galiza? E a Assembleia Nacional da Galiza e Portugal?
Joaquim Rafael
Branco, ex-Secretário Executivo Adjunto da CPLP, ex-primeiro ministro de São
Tomé e Príncipe, José Ramos Horta, Prémio Nobel da Paz, ex-primeiro ministro do
Timor Leste, representante da ONU para a Guiné-Bissau, Domingos Simões Pereira,
ex-Secretário Executivo, candidato do PAIGC para as próximas eleições na
Guiné-Bissau, TODOS, amigos nos factos da Galiza e do seu direito de
Autodeterminação, favoráveis a que este nosso direito fosse reconhecido e
defendido pela CPLP face o medo, a submissão de Portugal à Espanha pela
ESQUISITA, COMPLICADA, questão da Galiza que fazia impossível a concertação
porque bastava com um não concordar para a questão ser retirada. Contudo Galiza
tem mesmo muitos mais amigos e amigas no mundo.
E o
«internacionalismo proletário» concretizado no Galeusca, por que é que não
considera o trabalho político, diplomático, internacional, em Portugal e na
CPLP? Mas foi a Israel, mas foi à CPLP? Será por lhe não dar ESPÚRIO
protagonismo à Galiza? E os bascos de EH Bildu? Reparem que Santander, Sabadell
e outros bancos levam indo desde antes do Mário Conde, o Totta-Açores e o
Champalimaud...
VEJAM QUE TUDO É
O RESULTADO DE HUMANA OBRA, OBRA CAPITALISTA FACE OBRA OBREIRA.
Vejam que TUDO
pode ser RETIFICADO mesmo a CORRUPÇÃO IDEOLÓGICA pode ser LIMPADA resgatando os
princípios a começar pela Aliança Social Galega, A SOGA do povo galego, a
defender, com justiça, os direitos sexuais e reprodutivos das mulheres mas não
o direito a decidir das mulheres integradas no povo galego junto com os homens,
a Aliança Social Galega não defende o direito de mulheres e homens à livre
determinação, a da Galiza. Daríamos um passo de gigante se CCOO-UGT aceitassem
incluir a defesa do direito de Autodeterminação nas reivindicações da Aliança
Social Galega para deixar de ser A SOGA do povo galego e se tornar em
Assembleia Nacional da Galiza, denominação que exprime otimamente a soberania
nacional do povo galego, mulheres e homens.
Nós temos certeza
de que o confronto ideológico existente na Galiza terá um desfecho favorável à
defesa dos nossos direitos como povo, o direito de autodeterminação. É seguro
que o proletariado galego UNIDO, será capaz de derrotar o fascismo que aninha
no PP e não apenas e instaurar a DEMOCRACIA SOCIALISTA com direito de
Autodeterminação. Faz falta UNIDADE DA CLASSE E UNIDADE SINDICAL. Faz falta
recuperar E PRIORIZAR A MOBILIZAÇÃO proletária e de massas do povo galego face
a luta pelo voto. Que a luta pelo voto sirva, AUMENTE E UNA A MOBILIZAÇÃO
PROLETÁRIA e de massas, a luta anticolonial e anticapitalista; não subordinar e
mesmo anular as primeiras a respeito da segunda.
PROLETARIZAR O
BNG-ANOVA é uma necessidade. Livredeterminizar IU é uma urgência!
UNIR O
PROLETARIADO, o campesinato, soldad@s e marinheir@s, unir o povo galego é
condição sine qua non. Lograrmos a síntese condensada no pensamento e praxe de
Benigno Alvárez, de Luís Soto-Castelão cumpre-lhe à Galiza particularmente à
juventude galega que faz muito pouco tempo se UNIU para se MOBILIZAR contra a
presença de Garzón, meritória UNIDADE E MOBILIZAÇÃO, é só que por razões,
fortes razões mas razões de Euskal Herria ou a Catalunha; mais uma vez os
referentes que OCULTAM e deslocam o pensamento e a praxe de Benigno Alvárez,
Luís Soto-Castelão, que OCULTAM o nosso próprio referente: Portugal, a Galiza
do além-Minho, a Galiza Sul; é preciso «portugalizar-nos» porque quanto mais
portugalizad@s mais galeguizad@s, portugalização e galeguização de classe,
proletária, feminismo-proletária, socialista, livre-determinista,
anti-imperialista, anticolonialista, de UNIDADE NACIONAL galego-portuguesa.
Resgatar os princípios DEMOCRÁTICOS que inspiraram no aquém e no além-Minho a
luta operária e democrática em favor da UNIÃO das duas Galizas deslocadas, da
UNIÃO NACIONAL da Galiza e Portugal.
E reparem nas
dificuldades concretas: aquando estão a propor irmos em marchas PROLETÁRIAS a
Madrid em dia 22 de março, nos respondemos que as marchas PROLETÁRIAS venham
desde Madrid e da Europa para a Galiza, a Finis-Terra passando por Compostela,
marchas PROLETÁRIAS para o FIM-DO-MUNDO CAPITALISTA, em favor da União de
Repúblicas Socialistas Europeias, contra o FMI e a troica. E em favor da União
Operária Galego-Portuguesa marchemos nós cara ao Portugal proletário que se
mobiliza em favor de um novo 25 de Abril, de uma nova REVOLUÇÃO.
A juventude
galega nascida em 1994 tem agora 20 anos e militância consciente política
porventura desde os quinze, quer dizer, depois do ano 2009, com a chegada de
Feijó à presidência da Junta; um presidente suspeito de narcotráfico não pode
ser presidente da Galiza, há que o derrocar. Eis onde o esforço da UNIDADE
MOBILIZADORA (precisamos também UNIDADE ORGANIZATIVA) da juventude galega deve,
na nossa opinião, centrar a sua atividade em Compostela e não apenas, também no
Concelho de Compostela onde de treze, dez alegados DELINQUENTES DO PP; é uma
luta pela DEMOCRACIA e muito mais e é o ponto mais fraco do PP, por onde pode
ESCACHAR portanto ESCACHEM O PP. Não se deixem deslumbrar, alucinar, assombrar,
cegar, encandear, encantar, enceguentar, enlouquecer, fascinar, maravilhar,
ofuscar, pasmar, perturbar, seduzir pelas lutas da Catalunha ou Euskal Herria,
assombrem-se, fascinem-se, maravilhem-se, pasmem-se, deixem-se SEDUZIR pelo
nosso, pela luta proletária de homens e mulheres, pela luta de libertação
nacional da Galiza e Portugal, para o que nós contribuímos oferecendo o nosso
trabalho «Manual Galego-Português de História» que tem de ser ultrapassado
pelos factos da luta da juventude galego-portuguesa. Lembrem que a Constituição
portuguesa vigorante LEGALIZA a luta pela autodeterminação e pelo SOCIALISMO a
meio da INSURREIÇÃO.
Em Ferrol, 3 de março de 2014