quarta-feira, 19 de março de 2014

DOIS SÉCULOS DE FRAUDE ELEITORAL NA GALIZA (artigo enviado para Sermos Galiza e Praza, à espera de ser publicado. Já foi publicado.)


 

DOIS SÉCULOS DE FRAUDE ELEITORAL NA GALIZA

Uma opinião profusamente estendida e fomentada dentro e fora da Galiza, é a de que «as pessoas galegas votamos ao PP», que «votamos MACIÇAMENTE ao PP» e mesmo que «votamos TODAS ao PP», o dito «voto CONSERVADOR dos galegos». Veu-me à cabeça a acusação que se nos fizera em Astúrias a três adolescentes galegos de 14 anos: «los gallegos sois TODOS franquistas». Isto de associar franquismo ou fascismo às palavras «gallego» ou «ferrolano» continua em Gara, «inasequible al desaliento», no seu editorial de 10 de fevereiro de 2014: «regimen dictatorial del militar FERROLANO» sem o berço de outros muitos golpistas referenciados figurar na cabeça do ou da editorialista. Outra: «arte supremo, mui GALAICO por outra parte, de falar sem dizer nada» (Josep Fontana). SER, 9h05, domingo, 2 de março.

Aquando se fala do comportamento coletivo do povo galego, TUDO é realçar o negativo para OCULTAR o positivo particularmente no campo político, sindical ou social.

Uma olhada superficial aos resultados nas eleições autonómicas galegas põe de manifesto que a IMENSA MAIORIA das pessoas galegas NÃO VOTAM ao PP, não votam MACIÇAMENTE ao PP e não votam TODAS ao PP.


Ano

Recenseamento

Participantes

Abstenção

 Válidos

Candidaturas

 Nulos

 Brancos

PP

%

Deputa.

PSOE

D

BNG

D

UCD

CG

D

PSG-EG

D

RERA

1981

2.174.234

1.006.652

1.167.582

 

 

 

 

 

 

AP: 26 (71)

 

 

 

3

24

 

 

 

 

 

1985

2.226.449

1.277.897

948.552

1.262.564

 

 

 

516.218*

23,1

34 (71)

361.946

11

53.072

1

 

163.425

11

71.593

3

67.474 (1986)

1989

2.246.455

1.336.868

909.587

1.325.898

1.320.613

10.921

5.825

583.579

25,9

38 (75)

433.256

28

105.703

5

 

48.208

2

50.047

2

45.440    (45.291 em 1990)

1993

2.293.169

1.472.018

821.151

1.464.910

1.415.555

7.017

13.335

763.829

33

43 (75)

346.831

19

269.233

13

 

 

 

 

 

104.347   (149.424 em 1996)

1997

2.565.369

1.603.731

961.638

1.595.667

1.574.730

8.064

20.937

832.751

32,4

42 (75)

310.508

15

395.435

18

 

 

 

 

 

232.065

2001

2.567.670

1.544.694

1.022.976

1.533.939

1.507.951

10.755

25.998

791.885

30,8

41 (75)

331.819

17

346.423

17

 

 

 

 

 

 

2005

2.616.811

1.680.202

936.609

1.672.556

1.651.644

7.646

20.912

756.562

28,9

37 (75)

555.603

25

311.954

13

 

 

 

 

 

307.167-304.660 (J-F/2005)

2009

2.648.276

1.706.198

942.078

1.690.975

1.662.904

15.223

28.071

789.427

29,8

38 (75)

524.488

25

270.712

12

 

 

 

 

 

 

2012

2.697.717

1.481.379

1.216.338

1.443.848

1.405.400

37.351

38.448

661.281

24

41 (75)

279.584

18

146.027

7

 

 

 

 

 

388.856

*Coligação Popular Galega

Comecemos pelo referendo do Estatuto de Autonomia em que QUATRO de cada cinco pessoas o não votaram AFIRMATIVAMENTE, a vontade popular galega foi RECHAÇA-LO, REJEITA-LO. Um Estatuto de Autonomia com apenas o apoio do 20 % dos votantes, rejeitado pelo 80 %, em termos DEMOCRÁTICOS, teria de ser retirado e negociado um outro que tivesse o apoio da metade mais um do recenseamento, quer dizer, retirar o RACISTA Francisco Vázquez e os outros CINCO que o elaboraram, para novos representantes do povo galego determinar o que cumpria para a Galiza. E o que lhe cumpria à Galiza era o que os SEIS, encabeçados pelo Sr. Lalalã, REJEITARAM, a começar pela proposta de Carvalho Calero de o dito «galego» convergir com o português a «prazo fixo», dez ou vinte anos, e acabar com a proposta do Conselho de Forças Políticas Galegas.

O franquismo viu-se perdido e recorreu ao golpe militar do 23-F (dous meses depois de celebrado o referendo em 21 de dezembro de 1980) para IMPOR o Estatuto de Autonomia e as eleições autonómicas de 21 de outubro de 1981, oito meses depois do golpe, cujos calculados resultados, AP: 26; UCD: 24, dum total de 71 deputados, INAUGURAM o governo de MINORIA, quer dizer, A TIRANIA, e a TIRANIA GENOCÍDA FRANQUISTA a presidir o órgão de soberania do povo galego, o Parlamento: durante OITO ANOS (1981-1989), presidiu o Parlamento o Sr. Rosón, pertencente à «gloriosa» família dos que jogavam futebol com as cabeças decepadas das suas VÍTIMAS,  SEQUESTRADO reportagem publicado pelo semanário INTERVIU sem termos notícia de qualquer desfecho após mais de trinta anos.

Naquela altura como na atualidade as opiniões negativas acerca da Galiza contrastavam com as opiniões acerca da Andaluzia e o seu Estatuto de Autonomia. Ninguém foi capaz de reivindicar com orgulho o MACIÇO RECHAÇO do povo galego ao Estatuto dos SEIS e obrar em consequência.

Nas eleições de 21 de outubro de 1981, 1.808.144 pessoas NÃO votam à AP, apenas 366.090, o 16,8 % (com os votos da UCD somariam 704.090), quer dizer, três pessoas de cada vinte, governo de minoria, TIRANIA da AP, 26 dum total de 71 (somando os da UCD, 50 dum total de 71).

Nas eleições de 24 de novembro de 1985, 1.710.231 pessoas NÃO votam Coligação Popular Galega (CPG), apenas 516.218, quer dizer, de cada dez votantes, 2,3 votam CPG, sete meses depois de Felipe González DERROTAR o proletariado de ASTANO em 12 de abril de 1985; governo da minoria, TIRANIA DE CPG, 34 dum total de 71.

Nas eleições de 17 de dezembro de 1989, 1.662.876 pessoas NÃO votam o PP, apenas 583.579 (33 %), quer dizer, UMA de cada quatro, seis meses depois de acabar os Fundos de Promoção de Emprego de ASTANO com mais de TRÊS milhares de pessoas DESPEDIDAS por El-Rei e Felipe González; governo de minoria, TIRANIA do PP com 38 dum total de 75. Fraga eleito.

Nas eleições de 17 de outubro de 1993, 1.529.330 pessoas NÃO votam o PP, apenas 763.839 (25,9 %), quer dizer, UMA de cada três; governo de minoria, TIRANIA DE FRAGA e do PP com 43 dum total de 75.

Nas eleições de 19 de outubro de 1997, 1.732.618 pessoas NÃO votam o PP, apenas 832.751, o maior número de votos alcançado, relativizado num 32,4 %, quer dizer, menos de UMA de cada três; governo de minoria, TIRANIA DE FRAGA e do PP com 42 dum total de 75.

A fonte dos dados é o Diário Oficial da Galiza (DOG) e nestas eleições de 1997 o recenseamento aumentou a respeito das anteriores em 1993 em 272.200 votantes face aumento de 46.714 em 1993 a respeito de 1989 ou o de 20.006 de 1989 a respeito de 1985.


Nas eleições de 19 de junho de 2005, 1.860.249 pessoas NÃO votam o PP, apenas 756.562 (28,9 %), quer dizer, menos de TRÊS de cada dez; e o governo de minoria, 867.557 votos PSOE+BNG, continua a TIRANIA do PP . O compromisso da REGENERAÇÃO DEMOCRÁTICA e de ASTANO galego, público e governado com o concurso dos trabalhadores é VIOLADO por 38 dum total de 75. O recenseamento aumenta em 49.140 votantes.

Nas eleições de 1 de março de 2009, 1.858.849 pessoas NÃO votam o PP, apenas 789.427 (29,8 %), quer dizer, TRÊS de cada dez; governo de minoria, TIRANIA DE FEIJÓ e do PP com 38 dum total de 75. O recenseamento aumenta em 31.465 votantes.

Nas eleições de 21 de outubro de 2012, 2.036.436 pessoas NÃO votam o PP, apenas 661.281 (24 %), quer dizer, UMA de cada quatro; governo de minoria, TIRANIA DE FEIJÓ e do PP com 41 dum total de 75. O recenseamento aumenta em 49.441 votantes.

Numa palavra, as pessoas galegas NÃO votam o PP, NÃO «despotricam» e NÃO votam MASSIVAMENTE o PP, NÃO votam TODAS o PP. Nas eleições autonómicas o PP NUNCA passou do 33 % dos votantes, SEMPRE governou em MINORIA, exercendo TIRANIA E FRAUDE ELEITORAL permanente para se perpetuar nela.

A ABSTENÇÃO, o número de votantes que se abstiveram em todas as eleições autonómicas SEMPRE ultrapassou com muito os votos do PP ou de BNG+PSOE, chegando quase a duplicar, como nas eleições de 2012 em que o PP teve 661.281 votos face 1.216.338 da abstenção.

A abstenção e o IRREGULAR crescimento do recenseamento, não sabemos se em concordância com o crescimento da população, são cousas que chamam a atenção. Como é possível que durante mais de três décadas a abstenção fosse quase REGULAR, ultrapassando o milhão em duas eleições, 2001 e 2012, sem que tenha havido NOVE, um por legislatura, ou mais estudos acerca das suas causas? A resposta a dá, mais uma vez, a ideologia espanhola DOMINANTE condensada em «el que calla otorga», acrescentada com o RACISMO brutal que quer OCULTAR a ESPOLIAÇÃO da democracia e da nossa soberania atribuindo-nos «passividade, indiferença, submissão, inferior consciência política, TODOS franquistas, não se sabe se sobe ou desce, etc.»

A resposta nunca se dá em termos de direitos individuais e coletivos da Galiza porque de facto se lhe NEGAM às pessoas galegas, quer dizer, se você não vota, vota nulo ou branco, NÃO TEM DIREITO A DECIDIR!

NUNCA se considera a abstenção como uma opção política; mesmo pela dita oposição ao franquismo que reclamou abstenção no referendo da REFORMA franquista ao considerar que não havia condições democráticas. Será que cerca de UM MILHÃO de pessoas galegas que durante TRINTA anos, eleição após eleição, se abstiveram o faziam porque consideravam que não havia condições democráticas? Havia condições democráticas? Se não havia condições democráticas para o referendo da reforma franquista, havia-as para o referendo do Estatuto de Autonomia de 21 de dezembro de 1980 que atingiu uma abstenção de 71,8 %?

Quais eram as «condições democráticas» do referendo estatutário para Felipe González afirmar em 5 de novembro de 1980 que «Espanha es como um helicóptero en el que se estan encendiendo todas las luces rojas de alarma» ou El-Rei manifestar em 25 de dezembro «estar muito preocupado pela situação atual»?

Havia condições democráticas na Galiza 239 dias ou 34 semanas ou oito meses depois do golpe de Estado de 23 de fevereiro, aquando se celebraram as primeiras eleições autonómicas em 20 de outubro de 1981 que inauguram o Parlamento, órgão da «soberania popular galega» presidido pelo Sr. Rosón, insigne franquista?

Era franquista, fascista, nazi fascista, a ideologia dos golpistas e dos do Pacto do Capô? Houve listagens de «comunistas radicais» e outras ervas para sermos fuzilados? Anunciou a sua demissão em 27-F o alcaide de A Crunha, Domingos Merino para ser IMPOSTO um outro da UCD em 25 de março? Podemos afirmar que essas primeiras eleições autonómicas se realizaram num clima de terror? É exagerado? De medo, porventura? A parvoíce do povo galego é de tal intensidade como para esquecer o GENOCÍDIO franquista e DÉCADAS DE RESISTÊNCIA GUERRILHEIRA ARMADA? Desde 19 de julho de 1936 até ao assassinato do General de Galeg@s Livres, José Veiga Castro, «o Piloto» e a publicação no nº 1 do «Terra e Tempo» da UPG «a liberación nacional galega non desbota o vencellamento FEDERATIVO da Galicia con os demais povos da Penínsoa», em 1965, TRÊS DÉCADAS DE RESISTÊNCIA ARMADA que continuam com mais UMA DÉCADA DE RESISTÊNCIA POLÍTICA até ao referendo da reforma franquista em dezembro de 1976.

Eram franquistas, falangistas de todas as pelagens as pessoas que integraram o órgão dito pre-autonómico presidido pelo genocída Rosón desde 18 de abril de 1978? Investidura de Suarez em 30 de março; jura o cargo em dia 2; no seguinte dia, 3 de abril de 1979, eleições municipais: define esta sequência as «condições democráticas»?

Eram franquistas os 26 de AP, dentre eles Mariano Rajoy Brey, e os 24 da UCD, «eleitos» em 1981, presididos no Parlamento por Rosón? E os 34 de Coligação Popular Galega eleitos em 1985? Quanto cobrou Mariano Rajoy Brey como deputado e em 1982 Diretor Geral para as Relações com o Parlameto de Rosón? Pode-se afirmar que durante mais de uma década (1978-1990) o franquismo governou a Galiza? Podemos afirmar que desde 1990 um ministro franquista, Fraga, governou a Galiza até ao ano 2005?

Pode-se dizer que Trilho veu à Galiza para perpetrar e consumar a FRAUDE ELEITORAL do PP nos dias posteriores ao 19 de junho de 2005 na contagem dos votos da emigração na Ponte Vedra? Podemos dizer que nós estivemos cada dia na entrada ao trabalho na porta da Bazan distribuindo panfletos para INSURREIÇÃO caso ROUBAR as eleições o PP de Trillo-Fraga.

Por que Tourinho não convocou eleições aquando NÃO lhe cumpria ao PP encabeçado por Feijó? Quais as razões de Ibarretxe para realizar as eleições bascas coincidindo com as galegas em 2009? E as de Patxi López para forçar Feijó a adiantar as galegas e coincidirem as duas o mesmo dia 21 de outubro de 2012? Queriam Ibarretxe e Patxi López o mesmo que o presidente de Iberdrola abraçado a Feijó celebrando o «Dia da Victória»? Porventura a explicação tem muita maior DIMENSÃO? A dimensão de Portugal e a da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa ou talvez mais?

O que permitiu, eleição após eleição, a MAIORIA ABSOLUTA dos franquistas na Galiza, foram uns poucos votos, dada a SUICIDA DIVISÃO da dita esquerda e a pertinaz UNIÃO de aqueles, votos conseguidos pelo franquismo a meio da FRAUDE ELEITORAL sobre um desenho de eleições feito para perpetuar no poder o que Franco impusera em Estado de Guerra, El-Rei, o franquismo, a CE e o EA.

Todo o mundo sabe na Galiza e fora dela que por Fraga votaram os mortos (não sabemos quantos em cada eleição), que ele próprio apelou a «UMA pessoa, DEZ votos para ele», a acarretar votos, a transportar votantes idosos, a manipular os recenseamentos, falsificar atas e um sem-fim de mecanismos para o mesmo fim. Um deles, o Recenseamento Eleitoral de Residentes Ausentes (RERA). Em 1986 era de 67.474; em 1989, 45.440; em 1990, de 45.291; em 1993, 104.424; em 1996, 232.065; em 1 de janeiro de 2005, 307.167 e em fevereiro de 2005, 304.660 depois de limpar o recenseamento; em 1 de janeiro de 2012, 388.856.

A partir da eleição de Fraga em 1990, o aumento do RERA é mais do DUPLO em 1993; mais do DUPLO em 1997 que é aquando o PP tem mais votos em termos absolutos, em termos relativos, em 1993. Depois de 1997, o RERA continua a aumentar e os votos do PP a diminuir e até hoje. Sendo o RERA o 14,6 % do recenseamento total e sabendo que, por exemplo, em Avião, o 60 % dos votantes são do RERA, a manipulação, a FRAUDE ELEITORAL, pode-se afirmar, com certeza, DETERMINANTE para a MAIORIA ABSOLUTA do PP. Determinante e IMPUNE porque a Lei Eleitoral e as Juntas Eleitorais assim o garantem.

Outro dos mecanismos chave, porventura o principal, é o do FINANCIAMENTO ILEGAL DO PP A MEIO DO NARCOTRÁFICO: nós não publicamos que o narcotraficante Vicente Otero, «Terito», integrante de AP e amigo pessoal de Fraga, FINANCIOU o ministro franquista e o[s] seu[s] partidos[s] AP, CPG, PP. Nós também não publicamos o caso do narcotraficante «Nené» Barral, protegido do «Terito», alcaide de Riba-de-Umia no partido de Fraga e depois do escândalo do financiamento narcotraficante, alcaide «independente»; tudo anedótico porque os delinquentes narcotraficantes organizados em AP-CPG-PP eram muitos dentro e fora dos ditos partidos. Manuel Cruz e Pablo Vioque, que sabiam demasiado, morreram estranhamente, diz que, porque de Vioque afirma algum média que não existe certificado de defunção. O caso de Cruz tem especial relevo porque em Ferrol todo o mundo sabe que fora Guerrilheiro-de-Cristo-Rey junto com J. Juncal e Arsénio Fernández de Mesa, este «íntimo amigo» de Mariano Rajoy Brey que viveu os melhores tempos do financiamento narcotraficante da AP-CPG-PP quer como deputado no Parlamento quer como Diretor Geral, na Conselharia de Presidência, de Relações com o Parlamento quer como presidente da Deputação da Ponte Vedra sem deixar rasto da sua presença nela nem na página web da dita Deputação nem na do BOP. O caso de Cruz tem especial relevo porque foi ele, segundo El País, o contacto para Juan Fernández, ex-Conselheiro de Indústria, vender ASTAFERSA a Marcial Dorado e este construir em A Granha (Ferrol) o «buque insígnia» do narcotráfico, o «Nautillius»; Cruz foi o motorista de Romay Beccaria, Conselheiro de Sanidade na altura, hoje a presidir o Conselho do Reino e grande troveiro sob o pseudónimo de «Avelãs Aylas» a trovar o braço in-CORRUPTO da Santa Tareyja contra o MADURO e vermelho diabo; Cruz, motorista de Romay Beccaria que tem às suas ordens o Diretor Geral do Sergas, Alberte Nunes Feijó, apresenta este ao Marcial Dorado para se fotografarem juntos sem que ao juiz Taim, à Fiscalia Antidroga, ao Conselho Superior do Poder Judiciário ou qualquer órgão competente se lhe ocorra que há INDÍCIOS RACIONAIS [ou EVIDÊNCIAS?] para investigar o ENVOLVIMENTO do Feijó no narcotráfico do Marcial Dorado para além do poeta jogral de Betanços e da capital do Reino.

Poderíamos acrescentar o mecanismo do 5 % dos votos, limite imposto por Fraga para ter um, uma, representante e muita outra coisa que analisa Baldomero Cores Trás-Monte no seu trabalho «Livro Negro da Galiza Eleitoral» para concluir que desde o ano de 1812 até ao ano de 2012, DOIS SÉCULOS INTEIROS, a Galiza está em estado de GOLPE ELEITORAL permanente, que a ILEGALIDADE ELEITORAL, sob essa atuação de GOLPE COMICIAL persistente, FOI UMA CONSTANTE NA MAIOR PARTE DAS ELEIÇÕES... para criar uma FICÇÃO POLÍTICA para manter e reforçar o PODER COLONIAL ESPANHOL, para o proletariado rural ficar amarrado pelos foros e o laudémio a uma BURGUESIA IMPORTADA, interessada no LUCRO IMEDIATO mais do que no DESENVOLVIMENTO do génio próprio do país galego, para o proletariado galego ficar submetido a uma burguesia ESTRANGEIRA, INTERESSEIRA e interessada NO LUCRO IMEDIATO, NA ESPOLIAÇÃO COLONIAL que impede a liberdade nacional da Galiza e o seu DESENVOLVIMENTO civil, político, económico, social e cultural.

FICÇÃO POLÍTICA, golpe eleitoral permanente, que continua, eleição após eleição, agora nas ditas europeias. Não sermos capazes de romper esse abafante, castrante percurso é o resultado de obra humana, aquando os agentes eleitorais ditos proletários, nacionalistas, independentistas, etc. ABANDONAM A LUTA PROLETÁRIA, a luta de massas, para a subordinar e substituir pela luta eleitoral, pela luta pelo voto.

Uma das chaves da Revolução soviética foi a EDUCAÇÃO POLÍTICA do proletariado, o russo e o das nacionalidades NÃO russas: tomada do poder a meio da INSURREIÇÃO, INTERNACIONALISMO PROLETÁRIO, decretar a liberdade nacional, o direito de livre determinação incluída a separação e todas as medidas para construir o SOCIALISMO. Tudo, aparentemente, fica longe na distância e no tempo que se passou, um século menos três anos, embora nós pensemos que tem uma imensa atualidade e frescura como referente para julgar o que nos está a acontecer na Galiza e no mundo.

No confronto ideológico que se está a desenvolver no dito nacionalismo, as IDENTIDADES chamam a atenção: dirigentes do BNG e ANOVA consideram referente a Catalunha e Euskal Herria e a Galiza, comparada com esses referentes, INFERIOR. Exemplo: «um povo, como é o nosso, que não tem hoje uma POTÊNCIA ENDÓGENA OFENSIVA CARA À INDEPENDÊNCIA ANÁLOGA/COMPARÁVEL à da Catalunya ou Euskal Herria» (Beiras argumentando para ANOVA se aliar com Izquierda Unida). A mesma inferioridade da Galiza como argumento para BNG se aliar com EH Bildu, aquela de «obediência» estatal, esta «desobediente»: IDENTIDADE CONTRÁRIA.

Os efeitos da CONTRÁRIA IDENTIDADE: «o confronto aberto no plano político e eleitoral acabam criando um fosso não só entre os dirigentes ou a militância das respetivas organizações mas também no próprio CORPO SOCIAL. Os efeitos colaterais da disputa política acabam [produzindo] fazendo «mella» (sic) no divórcio AFETIVO e finalmente ideológico de uma parte da BASE SOCIAL. Isso é o que ao LONGO prazo debilita e desgasta o conjunto do nacionalismo (Xavier Vence, IDÊNTICO mas CONTRÁRIO a Beiras). A palavra e o conceito proletariado, internacionalismo proletário, DESAPARECEM em ambos os dois, substituídos por COOPERAÇÃO, CORPO SOCIAL, BASE SOCIAL, NACIONALISMO. Segundo Xavier Vence, «BNG trabalha ativamente em todos os movimentos sociais sem buscar protagonismos ESPÚRIOS»; nós convidamos para ser analisada a atividade de Jesus Domingues, candidato nº 4 do BNG, na luta dos «preferentistas» como «representante ou porta-voz das Plataformas da Galiza», reiteradamente publicado nos meios escritos do BNG, ou a sua oposição a incluir, CENSURAR, a reivindicação de Banca Pública na luta contra os crimes de NGB, o qual pode alastrar para, MAIS IDENTIDADE, AGE, BNG, PSOE. Xavier Vence acha que «prévio reconhecimento como IGUAIS, sempre será possível a COOPERAÇÃO internacionalista»: Gara considera-nos inferiores, faz exercícios de RACISMO contra nós, AGE-BNG consideram à Galiza INFERIOR à Catalunha e Euskal Herria, é possível a COOPERAÇÃO internacionalista?

É possível a AMIZADE e COOPERAÇÃO internacionalista com Portugal e a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP)?

Se BNG e AGE (ANOVA+IU) considerassem como referente a Portugal a POTÊNCIA ENDÓGENA do povo galego seria mesmo superior. Se tornassem à origem, aos princípios DEMOCRÁTICOS que os inspiraram encontrariam no IV Congresso do PCE em 1932, em Sevilha, a defesa do direito de Autodeterminação e a defesa da União Livre de Repúblicas Confederadas Ibéricas, quer dizer a União Livre da República da Galiza e Portugal com a República da Catalunha, com a República da Bascônia e com a República da Espanha; encontrariam no ponto nº 10 dos Dez-Pontos fundacionais da UPG em 1965 que «a libertação nacional galega não desbota o ''vencelhamento'' federativo com os demais povos da ''Penínsoa''», quer dizer, Confederação Republicana de Nações Ibéricas que Jaime Quintanilha Martínez defendia em 27 de junho de 1936 como fazendo parte do programa do PSOE e da II Internacional; acrescentemos que III e I também defendiam. Numa palavra, ENCONTRARIAM PORTUGAL.

Qual balanço se pode fazer hoje do IV Congresso de Sevilha em 1932? Que demoraram 36 anos em criar o Partido Comunista de «Galicia» em 1968, três anos depois da fundação da UPG? Que registaram o PCG em 1986? Qual balanço podem fazer os ditos «comunistas» galegos relativamente aos princípios que inspiraram a VIDA e a MORTE de Benigno Alvárez, 77 anos passados do seu passamento?

E a libertação nacional galega para o «vencelhamento» federativo do povo galego com o povo português qual o balanço do trabalho realizado em meio século menos um ano? Nothing? Coisa nenhuma?

PODEMOS FALAR EM CORRUPÇÃO IDEOLÓGICA?

Portugal, a potência endógena do povo galego superior à da Catalunha e Euskal Herria? Portugal e a CPLP potência endógena do povo galego MUITO SUPERIOR à da Catalunha e Euskal Herria juntas? Poderemos criar a Assembleia Nacional da Galiza? E a Assembleia Nacional da Galiza e Portugal?

Joaquim Rafael Branco, ex-Secretário Executivo Adjunto da CPLP, ex-primeiro ministro de São Tomé e Príncipe, José Ramos Horta, Prémio Nobel da Paz, ex-primeiro ministro do Timor Leste, representante da ONU para a Guiné-Bissau, Domingos Simões Pereira, ex-Secretário Executivo, candidato do PAIGC para as próximas eleições na Guiné-Bissau, TODOS, amigos nos factos da Galiza e do seu direito de Autodeterminação, favoráveis a que este nosso direito fosse reconhecido e defendido pela CPLP face o medo, a submissão de Portugal à Espanha pela ESQUISITA, COMPLICADA, questão da Galiza que fazia impossível a concertação porque bastava com um não concordar para a questão ser retirada. Contudo Galiza tem mesmo muitos mais amigos e amigas no mundo.

E o «internacionalismo proletário» concretizado no Galeusca, por que é que não considera o trabalho político, diplomático, internacional, em Portugal e na CPLP? Mas foi a Israel, mas foi à CPLP? Será por lhe não dar ESPÚRIO protagonismo à Galiza? E os bascos de EH Bildu? Reparem que Santander, Sabadell e outros bancos levam indo desde antes do Mário Conde, o Totta-Açores e o Champalimaud...

VEJAM QUE TUDO É O RESULTADO DE HUMANA OBRA, OBRA CAPITALISTA FACE OBRA OBREIRA.

Vejam que TUDO pode ser RETIFICADO mesmo a CORRUPÇÃO IDEOLÓGICA pode ser LIMPADA resgatando os princípios a começar pela Aliança Social Galega, A SOGA do povo galego, a defender, com justiça, os direitos sexuais e reprodutivos das mulheres mas não o direito a decidir das mulheres integradas no povo galego junto com os homens, a Aliança Social Galega não defende o direito de mulheres e homens à livre determinação, a da Galiza. Daríamos um passo de gigante se CCOO-UGT aceitassem incluir a defesa do direito de Autodeterminação nas reivindicações da Aliança Social Galega para deixar de ser A SOGA do povo galego e se tornar em Assembleia Nacional da Galiza, denominação que exprime otimamente a soberania nacional do povo galego, mulheres e homens.

Nós temos certeza de que o confronto ideológico existente na Galiza terá um desfecho favorável à defesa dos nossos direitos como povo, o direito de autodeterminação. É seguro que o proletariado galego UNIDO, será capaz de derrotar o fascismo que aninha no PP e não apenas e instaurar a DEMOCRACIA SOCIALISTA com direito de Autodeterminação. Faz falta UNIDADE DA CLASSE E UNIDADE SINDICAL. Faz falta recuperar E PRIORIZAR A MOBILIZAÇÃO proletária e de massas do povo galego face a luta pelo voto. Que a luta pelo voto sirva, AUMENTE E UNA A MOBILIZAÇÃO PROLETÁRIA e de massas, a luta anticolonial e anticapitalista; não subordinar e mesmo anular as primeiras a respeito da segunda.

PROLETARIZAR O BNG-ANOVA é uma necessidade. Livredeterminizar IU é uma urgência!

UNIR O PROLETARIADO, o campesinato, soldad@s e marinheir@s, unir o povo galego é condição sine qua non. Lograrmos a síntese condensada no pensamento e praxe de Benigno Alvárez, de Luís Soto-Castelão cumpre-lhe à Galiza particularmente à juventude galega que faz muito pouco tempo se UNIU para se MOBILIZAR contra a presença de Garzón, meritória UNIDADE E MOBILIZAÇÃO, é só que por razões, fortes razões mas razões de Euskal Herria ou a Catalunha; mais uma vez os referentes que OCULTAM e deslocam o pensamento e a praxe de Benigno Alvárez, Luís Soto-Castelão, que OCULTAM o nosso próprio referente: Portugal, a Galiza do além-Minho, a Galiza Sul; é preciso «portugalizar-nos» porque quanto mais portugalizad@s mais galeguizad@s, portugalização e galeguização de classe, proletária, feminismo-proletária, socialista, livre-determinista, anti-imperialista, anticolonialista, de UNIDADE NACIONAL galego-portuguesa. Resgatar os princípios DEMOCRÁTICOS que inspiraram no aquém e no além-Minho a luta operária e democrática em favor da UNIÃO das duas Galizas deslocadas, da UNIÃO NACIONAL da Galiza e Portugal.

E reparem nas dificuldades concretas: aquando estão a propor irmos em marchas PROLETÁRIAS a Madrid em dia 22 de março, nos respondemos que as marchas PROLETÁRIAS venham desde Madrid e da Europa para a Galiza, a Finis-Terra passando por Compostela, marchas PROLETÁRIAS para o FIM-DO-MUNDO CAPITALISTA, em favor da União de Repúblicas Socialistas Europeias, contra o FMI e a troica. E em favor da União Operária Galego-Portuguesa marchemos nós cara ao Portugal proletário que se mobiliza em favor de um novo 25 de Abril, de uma nova REVOLUÇÃO.

A juventude galega nascida em 1994 tem agora 20 anos e militância consciente política porventura desde os quinze, quer dizer, depois do ano 2009, com a chegada de Feijó à presidência da Junta; um presidente suspeito de narcotráfico não pode ser presidente da Galiza, há que o derrocar. Eis onde o esforço da UNIDADE MOBILIZADORA (precisamos também UNIDADE ORGANIZATIVA) da juventude galega deve, na nossa opinião, centrar a sua atividade em Compostela e não apenas, também no Concelho de Compostela onde de treze, dez alegados DELINQUENTES DO PP; é uma luta pela DEMOCRACIA e muito mais e é o ponto mais fraco do PP, por onde pode ESCACHAR portanto ESCACHEM O PP. Não se deixem deslumbrar, alucinar, assombrar, cegar, encandear, encantar, enceguentar, enlouquecer, fascinar, maravilhar, ofuscar, pasmar, perturbar, seduzir pelas lutas da Catalunha ou Euskal Herria, assombrem-se, fascinem-se, maravilhem-se, pasmem-se, deixem-se SEDUZIR pelo nosso, pela luta proletária de homens e mulheres, pela luta de libertação nacional da Galiza e Portugal, para o que nós contribuímos oferecendo o nosso trabalho «Manual Galego-Português de História» que tem de ser ultrapassado pelos factos da luta da juventude galego-portuguesa. Lembrem que a Constituição portuguesa vigorante LEGALIZA a luta pela autodeterminação e pelo SOCIALISMO a meio da INSURREIÇÃO.
Em Ferrol, 3 de março de 2014

 

 

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