POEMA
do
Lábio
Malem Xinho
Um
ano e outro a Galiza queima Dom Foão
E
me começou grão nojo a crescer
Das
muitas coisas que NÃO ouvi dizer
Disse
ele: ir-me-ei que já o apagarão
E
disse eu: Boa ventura hajades
Porque
vos ides e me deixades.
Eu
muito enfadado do fogo muito queimar
Perdemos
grão peça, compatriota meu
Os
meus olhos não queriam chorar e ver
BOSQUES
ÚNICOS NO MUNDO A ARDER
A
Humanidade um BOSQUE ÚNICO perdeu
E
quando ele disse: Ir-me quer'eu deitar
E
disse eu: Boa ventura hajades
Porque
vos ides e me deixades.
Ele
calou muito e não disse e porfiou
E
a mim cresceu grão nojo porém
E
não soube ele se já era mal, se bem
E
quando ele disse: Já me eu deitar vou
Disse-lhe
eu: Boa ventura hajades
Porque
vos ides e me deixades.
E
se porventura pensades
Que
o Dom Dinís não era galego
Reçai
um ave-maria e um credo.
E
quando ele dissse: A ORTOGRAFIA vou-na deitar
Disse-lhe
eu: Boa ventura hajades
Porque
a não escrevedes e a deixades.
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