sexta-feira, 14 de agosto de 2015

POEMA
do
Lábio Malem Xinho

Um ano e outro a Galiza queima Dom Foão
E me começou grão nojo a crescer
Das muitas coisas que NÃO ouvi dizer
Disse ele: ir-me-ei que já o apagarão
E disse eu: Boa ventura hajades
Porque vos ides e me deixades.

Eu muito enfadado do fogo muito queimar
Perdemos grão peça, compatriota meu
Os meus olhos não queriam chorar e ver
BOSQUES ÚNICOS NO MUNDO A ARDER
A Humanidade um BOSQUE ÚNICO perdeu
E quando ele disse: Ir-me quer'eu deitar
E disse eu: Boa ventura hajades
Porque vos ides e me deixades.

Ele calou muito e não disse e porfiou
E a mim cresceu grão nojo porém
E não soube ele se já era mal, se bem
E quando ele disse: Já me eu deitar vou
Disse-lhe eu: Boa ventura hajades
Porque vos ides e me deixades.

E se porventura pensades
Que o Dom Dinís não era galego
Reçai um ave-maria e um credo.
E quando ele dissse: A ORTOGRAFIA vou-na deitar
Disse-lhe eu: Boa ventura hajades
Porque a não escrevedes e a deixades.

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