quarta-feira, 24 de setembro de 2014

CARTA ENVIADA A GARA E A SERMOS GALIZA SEM SER PUBLICADA

Caro Inhaqui Soto, Diretor de Gara:
Aquando eu andava deslumbrado, namorado do processo basco, quer dizer, das pessoas, inúmeras pessoas que o motorizavam, tive a sorte, o privilégio de tratar algumas e me nutrir delas. Sempre levo no meu sentimento e pensamento a Josu Muguruza. Confesso que umas grossas pingas caíram desde os meus olhos até às minhas coxas, sentado como estava perante o televisor ao saber da sua morte, do seu assassinato IMPUNE porque «queria ir a Madrid» o que eu já não quero. Portanto eu só posso ficar MUITO OBRIGADO pelo contributo do povo basco para a revolução e o progresso de Euskal Herria e a Humanidade da qual faz parte a Galiza, os galegos e as galegas e eu no meio deles, do povo galego, povo ESPOLIADO, MASSACRADO E HUMILHADO onde os houver. Preciso dizer que foi em Egin que li um artigo de José Bergamin em que manifestava uma imensa, a meu ver, consideração pelos «gallegos» ao escrever em espanhol «los gallegos deben pensar su futuro CON PORTUGAL», cito de cor; necessito dize-lo porque, no meu deslumbramento, ALUMIOU o meu pensamento, a minha atividade, o meu compromisso com o povo galego, com os «gallegos» e con o povo português; tenho de manifestar o meu agradecimento a José Bergamin, ao Egin e ao povo basco esse meu ESCLARECIMENTO e relativamente aos agradecimentos CHEGA.
Em 25 de julho de 2014, em Compostela, numa palestra pública em que tu participaste com Mexuto diretor de Sermos Galiza e outros, acusei-te a ti, como diretor, e a Gara de RACISMO CONTRA OS GALEGOS. Tu NEGAS-TE e afirmas-te que em Gara se publica «a todo dios» cominando-me a escrever uma carta, o que estou a fazer agora. Tudo muito apressado porque tinhas que apanhar um avião e não havia tempo.
Eu levo anos lendo www.gara.net. Agora só posso ler a letra grande porque Gara perdeu a GRATUIDADE e os que não podemos pagar perdemos a leitura da outra letra e não podemos viajar em avião. Cada vez que líamos RACISMO contra os galegos enviávamos um e-mail DENUNCIANDO a questão que NUNCA SE CORRIGIA nem se pedia perdão, NUNCA!
Só vou destacar algumas das «brincadeiras» RACISTAS escritas através das quais se INSULTAVA GRAVEMENTE desde Gara o povo galego EM COMBATE, como se está a fazer desde qualquer outro dos média do franquismo espanhol e não só:
1.      Comecemos por «ESE SACRISTAN DE PARRÓQUIA GALLEGA» referido ao ministro do PSOE, José Blanco, publicado em Gara em 7/12/2010 num artigo intitulado «El valor de las vacaciones» de autoria do asturiano António Alvárez-Solís. A finura jornalística do RACISTA para induzir SIGNIFICADOS NEGATIVOS, CLERICAIS, FASCISTA às pessoas galegas é de muita altura. Podemos fazer o exercício de escrever «ese sacristan de parróquia negra», «ese sacristan de parróquia gitana», «ese sacristan de parróquia de mujeres» para o sem sentido...
2.      «ESTÁ EL GALLEGO EN LA LUNA?» para José Blanco; Gara em 12/12/2010; A. Alvárez-Solís em «Cuestiones obscuras». Façamos o mesmo exercício: «está el negro en la luna?», «está el gitano en la luna?», «está la mujer en la luna?»…
3.      «OJOS DE FERROLANO» [Aznar tiene… Como Franco]; publicado em Gara por A. Alvárez-Solís. Sabes quantos ferrolanos foram METRALHADOS, MASSACRADOS, «GENOCÍDADOS pela GESTAPO instalada em Ferrol e a dirigir a base naval desde a que se fazia o mesmo por todo o Cantábrico incluído o País Basco? Sabes quantas vezes na minha relação com pessoas bascas ao dizer que sou de Ferrol automaticamente acrescentavam «del Caudillo» e eu engolia a «brincadeira»? Podemos qualificar de anedota que num ato da maior categoria no Parlamento Europeu em favor da autodeterminação, independência e soberania ao que assistiram pessoas, notáveis, de Euskal Herria, da Catalunha, da Irlanda e eu da Galiza um representante dos arratxales me colocasse risonho o «del Caudillo» e ao lhe responder nada risonho que «eu sou uma VÍTIMA do franquismo» tivesse que sofrer a olhada reprovatória de uma representante abertxale de um município da Euskal Herria ocupada pela França? Qual a dimensão da «brincadeira», em tua opinião, se até um secretário do Fidel Castro me colocou o «del Caudillo»? Na sensibilidade do comum das pessoas está fazer «brincadeira» acerca do acontecido no quartel de Intxaurrondo, acerca das VÍTIMAS do terror, a tortura e os CRIMES DE ESTADO? Qual a «brincadeira» a respeito dos assassinatos, CRIMES DE ESTADO, de Santi Brouard e Josu Muguruza?...
4.       «REBECA FELIGRESA DE UNA PARRÓQUIA DE LUGO» (Gara, 19/8/2011) Alberto Pradilla encontrou entre centos de milhares de pessoas na visita do Papa, o nazi Benedicto XVI, a Madrid, sem encontrar Izaskun nenhuma de Donosti, pensei de imediato, com a INDIGNAÇÃO a me encher o corpo. Nove meses antes, em 6 de novembro de 2010, Papa em Compostela e Gara publica treze linhas de «Eu não te espero» e no dia 7 publica oito linhas em que informa que o Papa denuncia anticlericalismo e outros «males», TODOS, atribuíveis ao povo galego sem o citar. Gara porém não informa do DESASTRE, FRACASSO do «banho de massas» da convocatória papal na Galiza definido por uma jornalista com um «DESOLADA Compostela». Gara não informa de que o povo galego lhe virou as costas ao Papa, de que foi uma VITÓRIA do povo galego e das pessoas que COMBATEMOS a visita. Minimiza o sucesso galego que se pode DIMENSIONAR apenas comparando o «banho de massas» de 20.000 em uma Compostela em ESTADO DE SÍTIO com o banho de massas de 200.000 em Madrid...
Um dicionário português afirma que o racismo é a doutrina que assenta na suposta SUPERIORIDADE de uma raça que se confere o direito de exercer DOMÍNIO sobre as outras; também é racismo as reações ou atitudes que se harmonizam com essa teoria ou as mostras de HOSTILIDADE face um grupo social ou étnico.
Acabo afirmando que Gara leva muito tempo promovendo e afirmando a alegada SUPERIORIDADE POLÍTICA da Catalunha e Euskal Herria sobre a Galiza através dos campeões e as campeãs da orientação ideológica e do diagnóstico político que eu tenho definido com chauvinismo de nação ocupada, SOBERBIA NACIONALISTA cujo remédio, a meu ver, é interNACIONALISMO PROLETÁRIO e SOLIDARIEDADE interNACIONALISTA. «O amor e a humildade são virtudes revolucionárias» pintavam nas paredes na Nicarágua... Conhece-nos para amar-nos ou ama-nos para nos conhecer, dizemos na Galiza... [Podes publicar em português ou traduzir para espanhol]          
Em Ferrol, quinta-feira, 11 de setembro de 2014
ASDO: MANUEL LOPES ZEBRAL, um amigo da Galiza presidente de GALIZA SOLIDÁRIA e representante da COMISSÃO PARA A REUNIFICAÇÃO NACIONAL DA GALIZA E PORTUGAL
 

Sem comentários: