sexta-feira, 18 de maio de 2018

VIA GALEGA A PORTUGAL Distribídas 1000 folhas na manifestação em Compostela, quinta-feira, 17 de maio de 2018. O autocarro Ferrol-Compostela atrassou-se uma hora porque esqueceram contratá-lo na CIG.


VIA GALEGA A PORTUGAL
Os senhores e as senhoras da «política» insistem em NÃO denominar de franquismo ou fascismo o «regime do setenta e oito» embora o confirmem os factos, os não factos, os discursos, os narcotráficos dos «novios de la muerte» proclamando o genocídio, a violação sistemática da Legião a mulheres «separatistas, rojas e maçoas» e outras atrocidades cometidas com artilharia, tanques, aviação, frotas navais e tropas de Hitler e Mussolini, com ajuda incondicional de Salazar e mesmo com gases, o que ninguém quer investigar... Esse regime continua proibindo violentamente o galego, reprimindo as pessoas que na Galiza queremos galego mesmo escrito com a nossa secular ORTOGRAFIA que não é outra que a do português. Feijó e as suas hordas fascisto-narcotraficantes ANALFABETIZAM sistematicamente o povo galego na sua própria língua e cultura. A ALFABETIZAÇÃO é um direito básico das pessoas galegas que sofremos a galegofobia e o racismo institucional espanhol e não apenas.
O regime franquista tem oitenta e dois anos de história e o combate para a sua derrota ou derrocada não foi só combate armado, também foi combate político-diplomático particularmente nos organismos internacionais. Antão Vilar Ponte: «Os nacionalistas... dirigir-nos ao governo de Portugal para defender o direito à autodeterminação da Galiza na Liga das Nações» (1918).
Em 24 de julho de 1933 a Caravana Galeuska chega à Ponte Vedra guiada por Outeiro Pedraio onde é recebida por Bibiano Fernández-Ossório Tafall, alcaide e presidente da Assembleia de Concelhos em favor do Estatuto. Na manhã do seguinte dia em Compostela, Dia da Pátria, cinco mil pessoas na Estatua de Rosalia. À tarde reunião do Galeuska com manifesto redigido por Bóbeda; último ponto: «A Galiza na Sociedade das Nações». A Caravana continua percurso pela Galiza proclamando a unidade no combate pela liberdade nacional. Atravessa Astúrias, chega a Bilbo: 30.000 pessoas no Campo de São Mames. A mobilização de massas é de tal dimensão que é mesmo reprimida pelas forças policiais da República. Chega à Catalunha com Maciá a presidir a Generalitat e o impacte político é tão grande que Xosé Estevez afirma esta mobilização da Caravana ser causa da queda do governo e novas eleições. Um mês depois o Partido Galeguista envia representante e a Galiza é reconhecida como nação no XI Congresso de Minorias Nacionais da Sociedade das Nações. Também a Terceira Internacional reconhece o direito leninista à autodeterminação da Galiza. O galeguismo, Castelão, relaciona-se com o exílio português na Galiza, Madrid, Valência, Barcelona [Congresso de partidários da Federação Ibérica] – durante a guerra contra a República espanhola. Perdida a guerra, no exílio galego-português, basco, catalão, espanhol essas relações são de tal qualidade que o exílio português outorga uma especie de credencial a Castelão para o representar perante as Nações Unidas que se constituiram na Conferência de São Francisco em 25 de abril de 1945 onde representantes dos governos basco e catalão estão presentes. No documento pretensamente apresentado e registado por Josep M. Fontanals, visitante de Ernesto Guerra da Cal na sua morada de Nova Iorque, figura como nação «Galicia-Portugal». Combate político-diplomático pela liberdade nacional e não apenas na ONU que dura mais de uma década, até que em 13 de março de 1956 Franco foi reconhecido depois de o dia anterior ser raptado e assassinado o Delegado na ONU do Governo Basco, Jesús Galíndez que visitara seis dias antes Ernesto Guerra Da Cal na sua morada neoiorquina.
Desconhecemos o trabalho na ONU do Conselho Galego presidido por Castelão porque o seu espólio permanece sequestrado pelo Feijó e hordas. Sabemos por Alvajar que se fez essa atividade na ONU. Nós continuamos esse trabalho para através de Portugal e a CPLP chegarmos à ONU: Em 8 de agosto de 1998 entregamos em mão ao Secretário-geral da ONU, Kofi Annan, reivindicação de autodeterminação da Galiza. Mais três vezes viajamos a Genebra para colocar a questão da Galiza na ONU. Hoje as condições são muito favoráveis para a nossa causa. Colocamos a questão em Via Galega: Chegarmos ao António Guterres através da Assembleia da República. Resultado: negativa com escusas; «não é o momento» e a inaudita «primeiro a Galiza, depois a ONU»...
VIA GALEGA A PORTUGAL em termos de assumirmos a nossa própria língua, a nossa secular ORTOGRAFIA, e cultura que florescem em Portugal. A acão política do nacionalismo-independentismo em Portugal é um DEVER; dever incumprido contrário a qualquer racionalidade, lógica ou mesmo prosaicas vantagens; contrário à nossa tradição de luta secular e sobretudo longe de qualquer moderna, atual, atividade da «aldeia global».
A nossa liberdade nacional é não apenas uma questão de força, da maior força possível mas nós RENUNCIAMOS miseravelmente, inaudita miséria, a vantagens que temos sobre a Catalunha e Euskal Herria: Portugal e a CPLP. Nós apelamos para RECTIFICAR A VIA: PORTUGAL. VIA GALEGA A PORTUGAL e implementar o artigo 7.3 da sua Constituição: INSURREIÇÃO. 
Em Compostela, quinta-feira, 17 de maio de 2018
COMISSÃO PARA A REUNIFICAÇÃO NACIONAL DA GALIZA E PORTUGAL