quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

ESCRITO ASSINADO POR DIFERENTES TRABALHADORES DE ASTANO E BAZAN ENTREGUE AO COMITÉ DE EMPRESA DE NAVANTIA FERROL E FENE em Ferrol


COMITÉS DE EMPRESA DE NAVANTIA FERROL E FENE
 
As pessoas abaixo assinadas que trabalháramos ou estamos a trabalhar em ASTANO e Bazan, hoje sob a denominação de NAVANTIA
1.       Constatamos que durante mais de trinta anos em ASTANO não se construiu um barco.
2.       Constatamos que hoje NAVANTIA não tem um barco que construir.
3.       Constatamos que os estaleiros navais da Ria de Vigo têm «trapalhadas legais» que lhes impedem construir barcos.
4.       Constatamos que os estaleiros navais de Viana do Castelo levam tempo sem um barco inteiro construir.
5.       Constatamos que os estaleiros navais da Coreia do Sul, Hyundai, Daewoo, Samsung, estão inçados de encomendas e de barcos a construir.
6.       Entendemos que se chegou a esta situação de milhares ou dezenas de milhares de operários sem trabalho porque o poder financeiro mundial
a)       decidiu encerrar ASTANO e LISNAVE e uma boa parte dos estaleiros navais da, então, CEE para
b)       colocar à Coreia do Sul à cabeça da contratação e construção mundial de transporte marítimo
c)       com FINANCIAMENTO ILIMITADO para
d)       desenvolver infraestruturas, tecnologia, organização dos estaleiros navais
e)       REDUZINDO ILEGALMENTE os preços dos barcos construidos para
f)        ELIMINAR qualquer competidor
g)       com pressão política quer sobre os governos locais (espanhol-galego) quer europeus quer nos organismos internacionais para
h)       perpetuar e intensificar o avanço ao MONOPÓLIO MUNDIAL dos estaleiros navais da Coreia do Sul
i)         sobre A PROIBIÇÃO DE CONSTRUIR BARCOS nos nossos, sobre o nosso desemprego
7.       Entendemos que se chegou a esta situação porque os partidos políticos governantes durante três décadas, PSOE-PP, ajudaram neste objetivo de sacrificar os nossos estaleiros navais em favor dos da Coreia do Sul, promulgando ou acatando [ou não] as pertinentes leis e financiando-os a estes e não os nossos.
8.       Entendemos que se chegou a esta situação pela COLABORAÇÃO dos sindicatos, passivos com os respetivos homólogos governos e ativos, muito ativos, para combater ou impedir a dissidência operária ou sindical, dentro e fora dos sindicatos, que organizasse e mobilizasse as dezenas, centenas de milhares ou milhões do proletariado aos que se condenava perpetuamente ao desemprego: cadeia perpétua para o operariado preso no DESEMPREGO. Uma das atividades dos sindicatos COLABORADORES foi acabar com a DEMOCRACIA OPERÁRIA, negar voz e voto nas assembleias à dissidência, permitir e promover práticas e atitudes de uns operários contra os outros, por exemplo, submeter à votação que resultou favorável para que os companheiros da fraudulenta Sociedade Italiana do Vidro não regresasem a ASTANO; submeter à votação a convocatória de uma GREVE GERAL na Galiza e PROIBIR o voto aos companheiros das Companhias Auxiliares presentes na assembleia; ou na Pç. de Armas em assembleia dita da CIDADANIA PROIBIR A VOZ, falar, porque não se é de Navantia.
9.       Entendemos que esta prática repetida com CONTUMÁCIA durante mais de TRINTA ANOS teve uns efeitos demolidores na NATURAL RESISTÊNCIA dos trabalhadores para EVITAR a situação à que chegamos hoje.
10.    Preocupa-nos o presente e o futuro, a expectativa de continuarmos outros trinta anos na mesma situação em que estamos e que dura mais de três décadas.
11.    Preocupa-nos que o Comité de Navantia e sindicatos continuem, CONTUMAZES, fazendo a mesma política de pacto com o inimigo de classe apelando a Feijó para encabeçar… Para encabeçar o quê? Para encabeçar o EXÉRCITO DE PATRANHAS com que nos quer «lavar o cérebro», abafar-nos, dividir-nos e impedir a nossa UNIÃO e a nossa FORÇA? E isso o que cumpre à classe obreira ferrolana e galega?
12.    Entendemos, entende-o todo o mundo, que a UNIÃO FAZ A FORÇA, a força obreira necessária para vencer o capitalismo financeiro local e mundial e conseguir CONSTRUIR BARCOS acabando com o desemprego em Ferrol-Vigo-Viana do Castelo.
13.    Entendemos que o Comité de Empresa de Navantia tem que apelar para obreiros sem trabalho, desempregados, outros Comités de Empresas com EREs, para operariado com emprego ou emprego em precário, numa palavra organizar e mobilizar a UNIÃO DA CLASSE OBREIRA QUE FAZ A FORÇA.
14.    Estamos convencidos de que não poderemos estar outras três décadas como as que passamos e que entre todos, com iniciativas como a nossa, mesmo muito melhores do que a nossa, LOGRAREMOS, com o concurso da juventude obreira ou estudante, dos jubilados, romper a PROBIÇÃO E CONSTRUIR BARCOS.   

Em Ferrol, sábado, 14 de dezembro de 2013
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