domingo, 20 de abril de 2014

HOMENAGEM AOS BONS E GENEROSOS (distribuídas 1.000 folhas às 12h00 do domingo, 30 de março de 2014 na manifestação em Ferrol convocada pelo Comité de Empresa de Navantia)


 

Nestes tempos de homenagens queremos lembrar os seus nomes e realçar os seus factos, os mais propositadamente esquecidos e dos que mais precisamos hoje para termos a democracia que o proletariado e as classes trabalhadoras na Galiza e no mundo nos merecemos. Nestes tempos em que na Crimeia o proletariado e o povo organizados em milícias armadas a combaterem o nacional-socialismo promovido pelos EUA-UE na Ucrânia, estão a tomar os quartéis, bases e unidades navais cumpre lembrar os que tomaram o couraçado Potemkin, os da insurreição na frota francesa, na austro-húngara e na marinha alemã em 1918.

Cumpre lembrar que «é então na madrugada do 4 de outubro de 1910, quando após Machado Santos se ter posicionado na Rotunda (cujo nome tem de passar de Marquês de Pombal para Machado Santos) e o quartel de marinheiros ter sido dominado pelos republicanos, que o cruzador «Adamastor» é tomado pelo Tenente Mendes Cabeçadas e efetua três disparos com as suas peças de 150 mm dando o SINAL COMBINADO para o assalto final à Baixa lisboeta» e que o cruzador «D. Carlos I», o maior navio da esquadra, foi tomado de assalto (uns trinta homens numa embarcação encostada no navio aonde sobem armados) pelos republicanos liderados pelo 2º Tenente José Carlos da Maia, tudo para em 5 de outubro de 1910, derrocada a monarquia, proclamar a República portuguesa encabeçada por Teófilo Braga que escrevera que «o afastamento da Galiza de Portugal provém da falta de estudo da tradição e da falta de PLANO POLÍTICO dos que nos têm governado».

Lembramos e homenageamos Sánchez Moya, fuzilado nos começos de agosto de 1911 na fragata «Numáncia» por a querer tomar junto com Gonçalo Moreira para proclamar a República por SUGESTÃO da triunfante revolução portuguesa.

Lembramos, homenageamos e proclamamos os nomes dos que em julho de 1936 conquistaram os barcos para a República, os que DERROTARAM o plano golpista de Mola e Franco, a começar por BENJAMIM BALBOA LOPES que desde a Estação de Rádio de Ciudad Lineal em Madrid dirige e encoraja a implementação do plano contragolpe organizado em Ferrol pelo CLANDESTINO comité de cabos para a tomada dos barcos para a República.

No cruzador «Liberdade», o rádiotelegrafista António Cortejosa Vallejo recebe o sinal e o cabo Francisco Bértalo organizou um grupo de marinheiros e planejou com o cabo António Romero Vecino a conquista do barco (700 de tripulação da que 200 não sabem nada). Bértalo e o grupo de marinheiros tomam o «panhol» vigilado por um de feitura rebelde ao que golpeiam na caluga e cai. Do «solhado» nº 6, Romero envia os marinheiros para o «panhol»: DISTRIBUEM 200 fuzis. Acontece tudo em domingo, 19 de julho, a três milhas de Cádis depois de navegarem toda a noite desde Ferrol de onde partiram o dia anterior. Formam um Comité o auxiliar naval António González Lopico, cabo eletricista Francisco Bértalo, cabo de torpedos Fernando Alonso, cabos de marinharia Jose Blaco e Henrique Gradailhe, cabos apontadores de grão calibre António Romero Vecino, Amável Lago e o marinheiro Ruiz.

No cruzador «Cervantes», Manuel Molins Cruz, Francisco Pozas Olave, Fernando Blanco Rodal, Eduardo Armada Muinho, Arturo Sardinha, cabo de torpedos Lago, José Ferández Amado, Manuel Rodríguez López, Manuel Rodríguez Esplúguez, são os novos nomes que organizam os cem fuzis que às 17h30 do domingo, 19 de julho, apontavam à ponte para deter os rebeldes em câmaras e camarotes. A tripulação em assembleia votou o Comité de governo do barco: Fernández Amado, Eduardo Armada Muinho, Sebastian Pozas, Arturo Sardina, Manuel Fernández Soto, Fernando Blanco Rodal, Manuel Molins Cruz...

No coiraçado Jaime I, o barco mais poderoso da esquadra, os cabos Souto, Garcia, Alonso e Mosquera com o «condestável» Antúnez, o maquinista Caneiro e o marinheiro Carlos Romero dirigem a tomada do barco seguidos do cabo Sanz, o sargento Fernández Pol, o cabo Mera, o cabo Aguado, Jose Fernández «o Feio» e muitos mais armados com fuzis, tomada que se consuma navegando face as costas portuguesas pouco tempo depois das 13h00 da segunda-feira, 20 de julho. A tripulação em assembleia elegera democraticamente um Comité integrado pelo cabo ferrolano Rogério Souto, os cabos Alonso e Padim, o fogueiro César e o maquinista Caneiro; foi presidente o auxiliar de artilharia Antúnez.

Na Base Naval de Ferrol combatem com as armas na mão em favor da República o cabo Carro-de-Éguas, o rádiotelegrafista Miras, o capitão de rádio Manuel Besteiro. Do coiraçado «Espanha», Dionísio Mourinho, Pedro López Amor, fuzilado às 4h00 do 30 de julho de 1936. Do cruzador Cervera, o comandante Sanchez Ferragut. O almirante do Arsenal, Azarola...

No destrutor «Lepanto», o maquinista de cargo Ginés Jorquera e Valentim Fuentes López e as tripulações de destrutores, submarinos e outras unidades. As tripulações, as forças DISCIPLINADAS dos navios que submeteram à lei os mandos INDISCIPLINADOS.

Lembramos e homenageamos os que desobedeceram a ordem de disparar sobre as forças de Salgueiro Maia no Terreiro do Paço em 25 de abril de 1974.

Lembramos e homenageamos a Ricardo Carvalho Calero e proclamamos que CENSURAR a sua ortografia, a do galego e português, como pretende Bernardo Máiz, para conseguir que a RAG lhe dedique o Dia das Letras Galegas é a mesma CENSURA à que se submete a Ernesto Guerra da Cal: CENSURAR a identidade e cultura do proletariado, do povo galego, da Galiza e duma Comunidade de mais de duzentos milhões de pessoas, a CPLP.

Lembramos e homenageamos as VÍTIMAS de ASTANO a trinta anos do Decreto de Reconversão Naval e proclamamos que o objetivo de ASTANO CONSTRUIR BARCOS conquista-se com INSURREIÇÃO.                                                                                            
Em Ferrol, domingo, 30 de março de 2014

COMISSÃO PARA A REUNIFICAÇÃO NACIONAL DA GALIZA E PORTUGAL

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