segunda-feira, 6 de novembro de 2006

A GALIZA INCENDIADA

«Queimam, roubam e assassinam a nome de Deus»: assim definiu Castelão os espanhóis encabeçados por Franco que sob as ordens de Adolf Hitler e Mussolini massacraram a Galiza e a sua população por votar a Frente Popular em 1936; metodologia local e universal, de cojuntura e secular, da monarquia espanhola.
Setenta anos depois na Galiza, desde o 4 até o 14 de Agosto de 2006, 1953 incéndios, com mais de 10.000 focos indiciam, sinalam e proclamam a existência de uma trama incendiária organizada, activa durante mais de trinta anos, caso único no mundo, que governantes, juízes, polícias e guarda civís se negam a ver, talvez por fazerem parte da trama eles, os seus familiares ou os seus afins na ideologia fascista e no racismo contra a Galiza: criam um protótipo de ser humano animalizado, degradado, subespécie, e o atribuem a toda a população; assim são, segundo eles, os incendiários: alcoolicos, perturbados, toxicómanos, etc., que actuam individualmente sob o «efeito imitação» -reultado oficial das investigações da Guarda Civil nestas três décadas passadas- com capacidade para produzirem durante dez dias numa área de cerca de 30.000 km2 , 195,3 incéndios por dia, mais de cinco incéndios por hora, mil focos por dia e cinco focos por incéndio, e arrodeiar de lume as pessoas que o estão a extinguir. Governantes, juizes, polícias e guarda-civís negam a evidência de um grupo numeroso de seres humanos com objectivos políticos instabilizadores de govenos não afins aos franquistas do Partido Popular espanhol, clandestino, sem nome, organizado, coordenado, comunicado, estruturado, dirigido, fornecido, com meios de transporte, conhecimento muito pormenorizado do terreno e da climatologia, que actua como um exército, sequenciadamente, com estado maior, contra o dispositivo de extinção do lume vencendo-o. À vitória, celebrada pelos dirigentes do PP com vinho alvarinho em Cambados e no feudo do narco-tráfico, Riba de Umia, há que acrescentar a sabotagem da empresa química alemã Brenntag envenenando o Rio Umia que fornece de água potável uma área de mais de 100.000 habitantes.
Se Azanha e Negrin denunciaram em 1936-39 a invassão estrangeira, mercenária e clandestina das poténcias fascistas para a derrocada da República espanhola, nós, setenta anos depois, denunciamos perante a opinião pública europeia uma guerra estrangeira, mercenária e clandestina, de ataque, invassão e ocupação da Galiza camuflada sob a forma de reiterados «acidentes» e/ou outras actividades cujos efeitos quantificados para domar e castrar a população tentam evitar o inevitável: a união da Galiza e Portugal na República Federativa da Galiza e Portugal.
Em Estrasburgo, terça-feira, 24 de Outubro de 2006
COMISSÃO PARA A REUNIFICAÇÃO NACIONAL DA GALIZA E PORTUGAL

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