A firma do denominado Plano Especial de Ferrol entre os representantes do franquismo disfarçados de democratas, Fraga e João Fernandes e os sindicatos UGT, CCOO e GIG, mostra a indefensão que padecemos os trabalhadores e trabalhadoras de Ferrol e comarca.
Nos quince últimos anos, a classe obreira ferrolã vem sofrindo um espectacular castigo dos seus inimigos representados na monarquia imperial espanhola com a complicidade dos sindicatos UGT e CCOO; agora temos que sumar a CIG ao grupo dos eternos do SIM.
Os Pactos da Moncloa, os Acordos da Castelhana, trouxerom a Ferrol a miseria e a desdita, e a maior desfeita sindical que se possa recordar. Forom a camuflagem usada pelos banqueiros e demais ladroice para actuarem sem incomodo contra os sistemas de defesa que a própria necessidade obriga a desenhar aos trabalhadores.
O Plano Especial de Ferrol é a cobertura que lhe vai permitir a Fraga e a Filipe Gonçales uma nova ofensiva contra Ferrol e a sua classe obreira para acabar definitivamente com ASTANO e dar-lhe um bom golpe a BAZAN, condenada à indignidade de trabalhar para o NARCOTRAFICO MUNDIAL organizado no estado da corrompida monarquia de Tailandia.Todo isto dentro dum quadro de actuação que aponta ao conjunto de Galiza.
O Plano Especial de Ferrol sanciona despidos massivos em ENDESA e a instalação de Euro-Galicia Forestal nAs Pontes, abrindo a chave de penetração de Papelga e os planos da CEE de converter a Nossa Terra numa terra de azougados.
Os de ENDESA, ASTANO e BAZAN são trabalhadores e galegos, duas condições para que se nos esmague.
É a área de Ferrol o lugar escolhido para darem a sua principal batalha porque são as gentes de Ferrol as que históricamente vêm demonstrando maior capacidade de resistência e mais clarividência fronte o fascismo, antes com Franco e agora disfarçado de democrata ou de PSOE.
A dependência politica dos sindicatos converte-os em meros instrumentos ao serviço dos interesses electoreiros dos partidos hegemónicos no seu seio, e só actúam, levemente, quando a defesa dos interesses dos trabalhadores e trabalhadoras pode dar votos à formação politica que obedecem. No entanto, a imensa maioria das gentes que não nos corrompem com um posto no sindicato, no concelho, no parlamento ou com ofertas milionarias, estamos a sofrer as conseqüências de não termos um sistema de organização que nos defenda, nos alente, nos una e nos mobilice.
Nós apenas queremos ser essa voz sempre proibida, caluniada ou difamada por dizermos a verdade, a verdade do conjunto dos galegos e galegas que não nos resignamos a sermos escravos, gostem ou não os sindicatinhos e os que cobram deles.
Só somos uma corrente de opinião que alenta a solidariedade entre os trabalhadores, que alenta aqueles que como os seis despedidos de ASTANO, mantêm a sua dignidade frente a todo intento de corrupção.
Queremos ser a voz dos parados, a voz das mulheres, a voz dos portugueses, os gitanos, a voz dos que clamam contra os que nos despidem, nos matam, nos encarceram, nos botam da Nossa Terra, condenando-nos SEMPRE á emigração.
A nossa voz tem que ser a arma que possibilite o que resumimos em duas palavras: LUITA E ORGANIZA-TE.
Ferrol, 27 de Setembro de 1994
CORRENTE DE OPINIÃO DE TRABALHADORES E TRABALHADORAS DE GALIZA
C.O.TT.G.
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