quinta-feira, 8 de março de 2012

ZECA AFONSO 2012 (distribuídas 500 folhas às 5h30-6h50 da Quinta-Feira, 23 de Fevereiro de 2012 na porta da Bazan rua Taxonera)

Cumprem-se hoje vinte e cinco anos da morte de José Manuel Cerqueira Afonso dos Santos, nascido em Aveiro, José Afonso, o Zeca, o cantor de Abril, o da Revolução dos Cravos, o cantor do operariado e do movimento democrático popular, o cantor anticapitalista e anticolonialista, o cantor do homem novo, o cantor contra a emigração.
O cantor galego: em Compostela em 10 de Maio de 1972, solidário com a Galiza INSURRECTA, se passaram dois meses desde o 10 de Março, canta GRÂNDOLA, VILA MORENA pela primeira vez em público e fica impressionado com a recetividade do público galego, afirmando ao longo dos anos que foi um dos melhores recitais da sua vida; a Galiza penetra-o e ele penetra a Galiza, toma contacto com a nossa literatura e sente-se especialmente atraído por Curros Henriques e Celso Emílio Ferreiro. Volta a cantar em Compostela em 1973 e em 1974, poucos dias antes do 25 de Abril.
É de justiça lembrar o Coletivo de Ação Cultural formado por José Afonso, José Mário Branco, Adriano Correia de Oliveira, Vitorino, Júlio Pereira, Fausto, Luís Cília... com objetivos de luta pelas reivindicações do operariado e o movimento democrático popular, contra o capitalismo e o colonialismo.
José Afonso apoiou em 1976 e 1980 Otelo Saraiva de Carvalho nas eleições à presidência da República. Viaja a Moçambique em 1982 onde o energético presidente Samora Machel lhe presta honras de Chefe de Estado.
Em 24 de Abril de 1984, doze cantores participantes no Concerto pela Paz e pela Não Intervenção na América Central, enviam-lhe desde Manágua uma mensagem solidária:
«Queremos enviar-te um abraço revolucionário e dizer que te sentimos junto a nós, cantando o homem novo, que como agora em Nicarágua, um dia haverá de nascer em Portugal». Assinaram, dentre outros, Chico Buarque, Peter Seeger, Daniel Viglietti, Carlos Mejia Godoy, Amparo Ochoa, Sílvio Rodríguez, Isabel Parra.
Morreu na madrugada do 23 de Fevereiro de 1987 no Hospital de Setúbal, sendo a sua urna coberta por um pano vermelho a simbolizar a LUTA UNITÁRIA a que dedicou a vida e a morte.
Vejam bem que os vampiros são os donos do universo todo e o que faz falta é animar a malta com canto moço, com cantigas de maio, com baladas de outono, com coros da primavera, com milho verde e enquanto há força, a mulher da erva por trás daquela janela, no dia da UNIDADE, traz outro amigo também para os índios de meia praia com o homem da gaita derrotar os fantoches de Kissinger, como se faz um canalha! e o menino do bairro negro, minha mãe, o pastor de Bensafrim, a ronda dos paisanos, o cavaleiro e o anjo, o que lhe chamaram cigano, as noivas dos bilros, a formiga no carreiro, o primo convexo, o homem que voltou, Catarina, Miguel Djêdjê, Teresa Torga, chula da Póvoa, Alípio de Freitas, bradarão VIVA O PODER POPULAR.
E nestes «democráticos» tempos, cantar com Fausto «as Comissões têm de saber que são alicerces dum novo poder; democráticas por fora e por dentro, REVOGÁVEIS em todo momento», sobretudo agora em que UMA DATA para Greve Geral na Europa está a ser TRAVADA pelos que há que REVOGAR para se tornar um facto a INSURREIÇÃO.
Em Ferrol, Quinta-Feira, 23 de Fevereiro de 2012
COMISSÃO PARA A REUNIFICAÇÃO NACIONAL DA GALIZA E PORTUGAL

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