sexta-feira, 18 de março de 2011

CARTA À CIG

Car@s amig@s:
Na nossa opinião, a Galiza, o povo galego, nós, em muito pouco tempo, oitenta e quatro dias, contribuímos decisivamente para abrir três grandes furados no tecido de poder do capitalismo COLONIALISTA dito ocidental, quer dizer, espanhol-europeu-norte-americano. Um foi a virada de costas do povo galego, da Galiza, a El-Rei do Vaticano e adláteres em 6 de Novembro de 2010. Um outro foi a Declaração de Compostela em 10 de Dezembro de grande penetração DEMOCRÁTICA. E o terceiro em 27 de Janeiro de 2011 com a grande VITÓRIA que foi a greve geral na Galiza convocada por «el sindicato gallego»: nada mais e nada menos do que o «atrasado, pasivo e indiferente gallego, que está en la luna, en sentido peyorativo, el último, los gallegos, que votam, TODOS, al PP, que son, TODOS, franquistas». Nada mais e nada menos do que GALLEEEEEEEEEEEE (...)GOS!!!
Podia continuar explicitando o exercício permanente do RACISMO INSTITUCIONAL espanhol, madrileno, catalão, basco, asturiano, etc. dos recentes tempos com milionárias e mesmo universais audiências mediáticas, podia até vos descrever como um jornal, e jornalistas que escrevem nele, como Gara, com relativa frequência, exerce RACISMO contra nós sem acontecer mais nada do que supomos, os risos cúmplices; um jornal onde, se alguém escrever contra os negros, mulheres ou gitanos, NÃO PUBLICARIA e puniria e/ou desautorizaria o autor ou autores: connosco? Tudo bem ; está el gallego en la luna? Está, OK. Não quero escrever o que durante a minha vida levo ouvido e lido do RACISMO-SEXISMO contra as mulheres galegas só por sé-lo para não ferir a vossa sensibilidade, nem a minha.
Reparai que uma das formas do RACISMO que se exerce contra nós é, justamente, no campo político, nós somos SEMPRE politicamente INFERIORES, questão que INTERIORIZAMOS, a quaisquer outros povos: um grosso e duradoiro exemplo foi, é, o Estatuto de Autonomia. Se em 20 de Dezembro de 1980, de cada CINCO votantes galegos, homens ou mulheres, QUATRO não avaliaram o dito Estatuto, ainda hoje vigorante, submetido a Referendo, foi devido a «gallegos pasivos, indiferentes, atrasados, TODOS franquistas, TODOS votam ao PP, etc. Durante três décadas de vigorante Estatuto, a regra DEMOCRÁTICA mais elementar, a metade mais um decide, BRUTALMENTE VIOLADA connosco, que obrigaria a rever o dito Estatuto, sobretudo rejeitar os que elaboraram o projeto (o grande CORRUPTO E RACISTA Francisco Vazquez), Estatuto da UCD contra o que houvera mobilizações em toda a Galiza em Dezembro de 1979, NUNCA FOI DENUNCIADA A SUA VIOLAÇÃO nem se apelou para MOBILIZAR o povo galego na defesa da REGRA DEMOCRÁTICA MAIS ELEMENTAR e que exprime a VONTADE POPULAR. Esta grossa VIOLAÇÃO DEMOCRÁTICA é substituída pelo RACISMO DA INFERIORIDADE política das classes trabalhadoras galegas, a darem lições de tudo, SEMPRE, na história.
Isto põe de relevo, por ser o mais grosso, que o NORMAL na Galiza é VIOLAR a regra mais elementar da DEMOCRACIA, a metade mais um é que decide, a maioria; regra VIOLADA em Navantia-Ferrol, na Assembleia Geral e na votação SECRETA para decidir greve geral, duplamente VIOLADA pelo Comité de Empresa, CCOO-UGT-USO: 1) Negando-lhe o voto ao operariado das Companhias Auxiliares presentes na Assembleia Geral e na votação SECRETA. 2) Atribuindo a maioria, a metade mais um que são aproximadamente 1.025 votantes, aos 875 do não. Os «piquetes» nas portas defendíamos a DEMOCRACIA OPERÁRIA e não apenas.
Esta VIOLAÇÃO DEMOCRÁTICA quem mais a sofre é o operariado e as classes trabalhadoras galegas o qual vem acontecendo durante os trinta e três anos da existência da DEMOCRACIA espanhola com resultados LETAIS para a liberdade operária e nacional da Galiza e a sua REUNIFICAÇÃO COM PORTUGAL se os povos de ambas as duas Galizas, a Norte e a Sul, assim o decidirem.
RACISMO INSTITUCIONAL para justificar a VIOLAÇÃO DA DEMOCRACIA, esta para justificar a fraude que dá o poder político e este para justificar o ROUBO E A ESPOLIAÇÃO de tudo o que nos pertence. É O MODELO CLÁSSICO DO COLONIALISMO, o espanhol, pioneiro, e o universal, porventura ÚNICO, lembrai, «em cujos domínios não se punha o sol» depois de a metade do mundo atribuída a Portugal, para impedir a sua UNIÃO com a Galiza, no Tratado de Tordesilhas, passar a mãos espanholas para ACUMULAÇÃO DE CAPITAL e sentar as bases da construção do CAPITALISMO tão bem estudado por Carlos Marx quem conclui que o motor da história é a luta das classes, que o CRIME é o motor da história e nós, na ousadia de o CORRIGIR, afirmamos o GENOCÍDIO é que é o motor da história.
É o GENOCÍDIO perpetrado pelo SISTEMA COLONIAL CRISTÃO, a nome de Deus, o que permite a ACUMULAÇÃO ORIGINÁRIA DE CAPITAL que instaura o CAPITALISMO, O GENOCÍDIO MONÁRQUICO da Espanha, Portugal, a Holanda, a França, a Inglaterra. GENOCÍDIO continuado até os nossos dias que permite e continua a ACUMULAÇÃO DE CAPITAL ATUAL. GENOCÍDIO E LINGUICÍDIO que acompanha o Império do COLONIALISMO CAPITALISTA continuado até os nossos dias em que vimos RECUAR O SOCIALISMO e a sua DEMOCRACIA nas repúblicas proletárias.
CAPITALISMO E SOCIALISMO, como dissera o Che, em luta a morte, luta a cujo desfecho nós temos o dever de contribuir para o AVANÇO NA DEMOCRACIA OPERÁRIA até ao Socialismo e ao Comunismo.
E o melhor contributo, aqui e agora, é encorajar às classes trabalhadoras galegas para lutar contra a ACUMULAÇÃO DE CAPITAL do Império do COLONIALISMO CAPITALISTA espanhol-europeu-norte-americano a conta dos seus empregos e dos seus salários e aforros com que CAPITALIZAM Nova Caixa Galiza, a lutar na defesa da DEMOCRACIA, reunindo e organizando o proletariado e as classes trabalhadoras galegas, filiadas ou não à CIG, para EXIGIR de Gaioso e dirigentes da Caixa uma Assembleia Extraordinária de Emergência Nacional num local apropriado à assistência previsível em Compostela para debater e determinar o seu futuro que não pode ser outro que uma entidade financeira PÚBLICA E GALEGA com participação DIRETA das classes trabalhadoras no seu governo, a sua política de investimentos para o DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL E COMERCIAL da Galiza particularmente o Plano de Desenvolvimento para recuperar ASTANO que nós defendemos, publicamos e espalhamos, a hipótese de como pode contribuir a Caixa e outros atores para a Junta criar o Banco da Galiza, entidade financeira pública para o DESENVOLVIMENTO sustentável e integral da Galiza e mesmo emitir dívida pública para o mesmo fim: A DEMOCRACIA ECONÓMICA DO OPERARIADO E AS CLASSES TRABALHADORAS GALEGAS.
Com certeza que os milhares de pessoas trabalhadoras filiadas na CIG a CAPITALIZAREM com os seus ordenados e aforros Nova Caixa Galiza perceberão de imediato a necessidade e urgência de se reunirem, organizarem e lutarem para defender os seus empregos, salários, aforros, democracia, financiamento, desenvolvimento e liberdade da Galiza. Com certeza que qualquer pessoa trabalhadora terá o mesmo entendimento.
É preciso a CIG tomar a iniciativa, passar à ofensiva, porque, na nossa opinião, e tornamos ao começo, convocou e organizou com grande SUCESSO a greve geral do dia 27 de Janeiro. Esse é o mérito e a capacidade do sindicato, a CIG pode, e nós podemos escrever sem medo de nos equivocar «Yes, CIG can», «Yes, we can», «Yes, Galiza can».
É impossível EXAGERAR que a luta da Galiza em muito pouco tempo, oitenta e quatro dias, deu a volta ao mundo, com grande sucesso, com VITÓRIA, palavra que definiria o facto, apenas o facto de a CIG APELAR PARA TRAVAR ESTA BATALHA de Nova Caixa Galiza que com certeza GANHARÍAMOS ATÉ A VITÓRIA FINAL.
Peço desculpas pela ousadia mas é a luta que nos faz livres, a nós e à Galiza.
Em Ferrol, Terça-Feira, 8 de Fevereiro de 2011
ASSDO: MANUEL LOPES ZEBRAL,
desempregado, despedido de ASTANO,
representante da
COMISSÃO PARA A REUNIFICAÇÃO NACIONAL DA GALIZA E PORTUGAL

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