terça-feira, 29 de março de 2011

NÃO ÀS COMEMORAÇÕES DOS 800 ANOS DA CATEDRAL DE COMPOSTELA

O proletariado, as classes trabalhadoras da cidade, o campo e o mar conhecerem a história da Galiza é imprescindível para alcançar a liberdade como classe e como nação. É impossível a liberdade, a libertação, sem o conhecimento da nossa história proletária, a história da nação PROLETÁRIA que a Galiza foi e continua a ser. As comemorações dos 800 anos da catedral de Compostela, o mesmo que a visita do Papa, têm por objetivo para além da propaganda do nacional-catolicismo e o nacional-socialismo do PP, o FINANCIAMENTO COM VERBAS PÚBLICAS da Igreja Católica com DOUS MILHÕES de Euros que por sua vez ajudarão esta para fazer campanha em favor do voto ao dito partido nas eleições municipais de 22 de Maio. As comemorações começarão no mês de Abril, justamente antes do início da campanha eleitoral oficial e coincidirão com ela. Que pretendem comemorar? A consagração da catedral, anunciaram primeiro; depois, a construção da catedral, tentando clandestinizar o evento para evitar a oposição da opinião pública perante o esbanjamento de mais de 332 Mpts de dinheiro público numa Galiza com um quarto de milhão de pessoas DESEMPREGADAS. Em qualquer caso para responder com rigor à questão do que pretendem comemorar, temos que recuar até ao ano 1211 em que foi rematada a construção da catedral. Iniciada em 1075, sob o reinado de Afonso VI, Imperador de Leão e notável versejador em GALEGO, os 136 anos que durou a sua construção se passaram baixo os reinados do dito Afonso VI, Afonso VII, Fernando II e Afonso IX, TODOS REIS GALEGOS, galegofalantes e galegoescreventes, quer dizer, o primeiro, terceiro e quarto para além de escritores e poetas, eram músicos, TROVEIROS, e o eram de elite como Fernando II e Afonso IX que tiveram a Corte em Compostela. A história COMUM da Galiza com Portugal tem um notável referente durante os reinados de Afonso VI e Afonso VII. Afonso VI entrega a posse da Galiza, que em 1098 incluía Lisboa, ao seu genro Raimundo de Borgonha e o condado de Portugal, fazendo parte da Galiza, ao curmão deste, o também genro, Henrique de Borgonha. Afonso VII ou Afonso Raimundes, filho do primeiro, e Afonso Henriques, filho do segundo, considerado primeiro rei de Portugal, CONFRONTAM no que os historiadores mais rigorosos denominam UMA GUERRA CIVIL ENTRE GALEGOS. A vitória das armas da Galiza Sul sobre as da Galiza Norte determina o começo da independência de Portugal, «nascido de um ângulo da Galiza» que alastra para sul o mesmo que a Galiza Norte cujo território à morte de Afonso IX em 1230 chegava à fronteira com Andaluzia pelo sul e pelo leste a uma linha iniciada no Cantábrico, no rio Deva, passando por Sagum, Medina do Campo, Ávila, leste de Mérida até à fronteira andaluza. Não temos conhecimento de quais os limites entre a Galiza Sul e a Galiza Norte, sempre MAL denominada «Castilla-León» na altura. Sabemos que é em 1297, com D. Dinis em Portugal que o Tratado de Alcanizes afixa uma fronteira que era quase a atual. Se a Universidade de Salamanca foi fundada EM GALEGO por Afonso IX em 1215, qual seria a língua da Universidade de Palença fundada em 1216 por Afonso VIII de Castela, curmão e sogro do anterior? Se Fernando II, galego-falante-escrevente, afixa as fronteiras entre o Reino da Galiza-Leão e Castela no Tratado de Sagum em 1158 com Sancho II, seu irmãozinho, o que falaria-escreveria este? Se da sequência (1230-1350) de reis ditos castelhanos Fernando III, o Santo, Afonso X, o Sábio, Sancho o Bravo, Fernando IV e Afonso XI, filho predileto de Neda, escreveram em galego, Fernando III, Afonso X e Afonso XI, era por moda ou porque era a sua língua e a do povo castelhano? Ou seria porque TODOS os historiadores árabes os denominavam GALEGOS mesmo em sentido pejorativo? Se o dito pai das letras castelhanas, o cântabro Marquês de Santilhana, deixou escrito no XV século que quaisquer dizedores fossem de onde forem TODA a sua obra faziam em GALEGO, poderemos concluir que o povo castelhano era COMPETENTE EM GALEGO, quer dizer, percebia e repetia o que os dizedores diziam EM GALEGO? Colocamos todas estas questões porque temos a convicção, estamos convictos de que ESPANHA É PATRANHA. Brutal e RACISTA PATRANHA contra nós que falsifica TODA a história para manter um constructo FALSO, a Espanha, cujo objetivo é MATAR BEM PARA ROUBAR MELHOR, a começar por nós, pela Galiza, e pelo mundo TODO. Eis o que define as monarquias e monarcas TODOS, galegos, castelhanos, portugueses, ingleses, holandeses, franceses, alemães, etc. todos elevados ao governo por Deus e o seu representante na Terra, El-Rei do Vaticano, o Papa, e as suas CRUZADAS ordens MILITARES ditas religiosas que eram as que regiam-regem Compostela, a sua catedral e os seus construtores quer fossem mestres, pedreiros, população livre, a minoria, quer fosse população ESCRAVA, A MAIORIA. Ordens MILITARES ditas religiosas, às ordens do Vaticano, Templários, Cluny, Cister, Bieitos, Franciscanos, etc. que na Galiza eram proprietários dos mosteiros e da maior parte das terras; ordens fornecidas de mão-de-obra ESCRAVA quer pelos nobres que a conquistaram quer pelos reis que a tomaram cativa nas campanhas em «terras de mouros» quer compradas pelos próprios mosteiros em feiras fronteiriças, em feiras cristãs ou em feiras árabes, EM MERCADOS DE ESCRAVOS, quer dizer, TUDO O PODER MILITAR DO VATICANO SOBRE A GALIZA ATRAVÉS DAS SUAS ORDENS SUSTENTAVA-SE NA ESCRAVATURA, no proletariado ESCRAVO, criado nos mosteiros em granjas de ESCRAVOS. E a sorte das ESCRAVAS, como acontecia no Couto de Júvia, era serem ROUBADAS para esposas ou concubinas pelos cavaleiros ou vilãos. Os 136 anos que durou a construção da catedral de Compostela foram de TRABALHO ESCRAVO, de seres humanos ESCRAVIZADOS pelo poder VATICANO-MONÁRQUICO, militar, religioso e sobretudo ECONÓMICO. E o que têm que fazer o Vaticano, a CEE, o Cabido Compostelano e a Feijoada Vaticana É PEDIR PERDÃO, não COMEMORAR A ESCRAVATURA DA GALIZA E DO SEU PROLETARIADO COM VERBAS PÚBLICAS PARA FRAUDE ELEITORAL. O mote «Antes Mortos do que ESCRAVOS» de Castelão tem que nos inspirar para COMBATER E DERROCAR o poder das TREVAS na Terra, o Vaticano e as suas monarquias, a meio da INSURREIÇÃO.

Em Ferrol, Sexta-Feira, 25 de Março de 2011

COMISSÃO PARA A REUNIFICAÇÃO NACIONAL DA GALIZA E PORTUGAL

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