sexta-feira, 18 de março de 2011

DIA DA CLASSE OPERÁRIA DA GALIZA

O Domingo, 30 de Janeiro de 1972 em Derry, atiradores de elite do exército inglês assassinaram catorze pessoas depois de uma grande manifestação em favor dos direitos civis e políticos da Irlanda do Norte. Cada ano comemoram o Bloody Sunday, o Domingo Sangrento, para manter a memória das pessoas assassinadas e para os seus familiares escreverem a história do que ali se passou com manifestações, juntando-se, pondo em comum as diferentes experiências. Com a sua luta forçaram uma investigação do governo inglês em cujo relatório oficial fica limpo o nome das vítimas, sinala os soldados que dispararam OCULTANDO os que deram as ordens. O governo britânico pediu perdão pelo massacre; o filho de uma das vítimas frisou «é a primeira vez que um ministro inglês pediu perdão aos irlandeses».
Seis semanas depois em Ferrol, 10 de Março de 1972, a polícia franquista disparou INDISCRIMINADAMENTE contra a massa da manifestação do operariado da Bazan a lutar na defesa dos seus direitos e dos da Galiza. Amador e Daniel, assassinados, Júlio Aneiros gravemente ferido e dezenas de operários com feridas de bala, foram o resultado do fuzilamento coletivo do proletariado galego.
O governo espanhol nunca investigou o acontecido nem houve nunca um relatório oficial dos factos depois da investigação. O governo espanhol nunca pediu perdão nem às vítimas, nem aos familiares nem aos galegos. Nunca se assinalou aos culpáveis do massacre, nem aos que dispararam nem aos que ordenaram disparar. Comemoramos cada ano para manter a memória das vítimas, instituímos o Dia da Classe Operária da Galiza e mesmo levantamos uma estátua onde caíram assassinados Amador e Daniel. Mas não conseguimos que as vítimas e os seus familiares se associassem para serem ressarcidos e restituídos nem conseguimos julgar, condenar e punir os culpáveis vivos ou mortos.
Assistimos a diferentes e intensos intentos monárquicos de MATAR a comemoração, o mais notável no ano 2008, estrondosamente fracassado; monarquia e NATO não tiveram «banho de massas». Continuam porém tentando-o e ao mais alto nível, vejam: Bono, mono monárquico no Congresso espanhol CONVOCA, preside e determina os tópicos do plenário, dentre eles o Decreto de El-Rei para espoliação financeira galega, justo no Dia da Classe Operária da Galiza, 10 de Março de 2011.
Palhaço e domador do circo parlamentar, Bono, manifesta o seu rancor contra o proletariado em geral e contra o galego em particular convocando uma sessão de circo na data da comemoração da gigantesca luta DIRETA do proletariado ferrolano e galego contra os militares franquistas dirigidos pelo Almirante Carrero Blanco, justiçado por ETA no seguinte ano, e o seu íntimo colaborador, o basco «Coronel» San Martin, chefe dos Serviços Secretos e do Estado Maior da Divisão Couraçada Brunete que agiu às ordens de El-Rei em 23-F, para a milionária família circense determinar entregar SALÁRIOS e aforros das classes trabalhadoras galegas à espoliação de Bankia, «o Banco da Banca», dirigido por Rato, Cotino, Camps e Fabra (polícias&ladrões). [O arquivo SECRETO, «Servicio Central de Documentación», que regiam Carrero e San Martin permanece SECRETO].
A «firme» resposta da dirigência do BNG não se fez esperar. O «nosso proletário» deputado, Sr. Jorquera, véu «clandestinamente» a Ferrol a distribuir panfletos para encorajar o proletariado ferrolano e galego ao COMBATE, infelizmente não para o DIA DA CLASSE OPERÁRIA DA GALIZA, não, para Domingo, dia 13 em Compostela em favor de Aforros-Emprego-País, mais uma vez equivocando as PRIORIDADES. Se erram priorizando 13 de Março para MATAR 10 de Março, tornam a errar priorizando aforro sobre emprego: Emprego-Aforros-País ou País-Emprego-Aforros; e nunca falam de SALÁRIOS porque para eles o proletariado galego não existe, não entra na sua ideologia «calcário» burguesa.
Vejam a grande concentração do campo operário: Dia Internacional da Mulher Proletária, 8 de Março, Dia da Classe Operária da Galiza, 10 de Março, e para não cansar chega a dirigência do BNG e canga o dia 13. Os melhores generais são os que mantêm as tropas frescas para o combate; os piores os que as cansam derrotando-as antes de chegar à batalha. Em qualquer caso nós estaremos nas MOBILIZAÇÕES e apelamos para acudir quantas mais pessoas melhor porque os partidos monárquicos e capitalistas dos governos espanhol e galego querem ANIQUILAR A GALIZA, têm uma sanha RACISTA especial contra nós que se manifesta cada vez que a Galiza lhes rompe o rol de submissão que nos têm atribuído. O operariado da Bazan mostrou qual o caminho da libertação da Galiza: a INSURREIÇÃO.
Em Ferrol, Quinta-Feira, 10 de Março de 2011
COMISSÃO PARA A REUNIFICAÇÃO NACIONAL DA GALIZA E PORTUGAL

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