sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

A FALSIFICAÇÃO DO PENSAMENTO POLÍTICO DE A. D. R. CASTELÃO

Acertadamente o BNG está a comemorar o 125 aniversário do nascimento de Afonso Daniel Rodrigues Castelão em Rianjo, em 1886, ano em que a ESCRAVATURA foi abolida no Reino da Espanha: até esse momento e mesmo depois você podia comprar um escravo negro ou galego por muito pouco mas não se iluda, a probabilidade abafante seria que você pudesse ser vendido como ESCRAVO como aconteceu em Buenos Aires onde um galego foi vendido por 0,11 pesos nos começos do XX século sem que nem BNG nem quaisquer outras forças políticas ditas defensoras da liberdade nacional do povo galego, submetido durante séculos à ESCRAVATURA, como a Galiza, comemorem NADA. Algo comemora o BNG ao editar um vídeo que pode ser olhado em www.bng-galiza.org onde «pretende difundir a obra e o pensamento de Castelão e seguir o seu exemplo na teoria e na praxe». O pensamento de Castelão no Sempre em Galiza, afirmam, «sutenta-se em TRÊS eixos: 1.- Carácter diferencial da Galiza. 2.- A defesa da UNIÃO pactada entre as NAÇÕES do Estado mais Portugal. 3.- Analise do submetimento e COLONIZAÇÃO da Galiza desde o XV século». O BNG continua afirmando que «Castelão e o Partido Galeguista defendiam a Autodeterminação política da Galiza dentro da forma de governo republicano; que o Estatuto de Autonomia era um avanço táctico, não um objetivo ESTRATÉGICO e que a solução passava em ÚLTIMO termo por uma Confederação Ibérica em que também se integrasse Portugal».
Eis a FALSIFICAÇÃO: o objetivo ESTRATÉGICO era, é e será a UNIÃO das duas Galizas deslocadas, a UNIÃO nacional da Galiza e Portugal, isso em PRIMEIRO termo, não em último. Castelão defendia no Sempre em Galiza e o Partido Galeguista defendia, em PRIMEIRO lugar, a UNIÃO nacional da Galiza e Portugal, a REUNIFICAÇÃO das duas Galizas, a Galiza Norte e Portugal (a Galiza do além-Minho).
Continua a FALSIFICAÇÃO: a solução passava [não em ÚLTIMO termo] em PRIMEIRO termo por UMA, ÚNICA, UNIDA República galego-portuguesa que LIVRE se uniria [em ÚLTIMO termo] em Confederação com as outras nações peninsulares, a Espanha, a Bascônia e a Catalunha, quer dizer, em palavras do nosso Jaime Quintanilha, «a UNIÃO livre de Repúblicas Confederadas», a primeira, a nossa, a República galego-portuguesa.
Podemos e devemos, TEMOS O DEVER, de proclamar que o pensamento de Castelão no Sempre em Galiza sutenta-se num ÚNICO eixo, A UNIÃO NACIONAL DA GALIZA E PORTUGAL e que o Sempre em Galiza é um TRATADO POLÍTICO DE UNIÃO NACIONAL DA GALIZA E PORTUGAL. Tratado inacabado que ninguém continuou nem na teoria nem na prática porque TODAS as forças políticas e sindicais da Galiza e Portugal ABAFAM E CENSURAM o pensamento e os pensadores ou pensadoras da UNIÃO nacional do nosso país e da nossa tradição de luta DEMOCRÁTICA E REUNIFICADORA.
Dirigimo-nos a vós, PROLETARIADO galego-português, porque pensamos que sois a classe com mais força e interesse pela VERDADE: nós pretendemos difundir a obra e o pensamento de Castelão SEM FALSIFICAÇÃO e seguir o seu exemplo na teoria e na prática, agora, no XXI século, em que o proletariado da Galiza do além-Minho, Portugal, fez uma revolução da que resta o exemplo, os objetivos e a Constituição da República Portuguesa e o proletariado da Galiza do aquém-Minho conquistou o reconhecimento legal de «nacionalidade histórica», ambas as duas Galizas em contextos formalmente democráticos em que é possível muita coisa. A primeira coisa possível é AFIRMAR que a Galiza e Portugal constituem UM ÚNICO país, a mesmo NAÇÃO, isto na teoria; na prática, PRIORIZAR todos os esforços políticos, sindicais, etc. em PROMOVER A UNIÃO POLÍTICA das forças do além e do aquém-Minho, a UNIÃO sindical, a UNIÃO cidadã. A atividade política UNIDA na Assembleia da República e no Parlamento Galego. Temos um maravilhoso exemplo na Irlanda. Imaginam o Guilherme Vazquez candidato nas eleições à presidência da República Portuguesa? Ou o BNG e/ou outras forças da GALIZA UNIDA na Assembleia Nacional da Galiza com representação na Assembleia da República Portuguesa como tem o BNG em Madrid? [Vejam que, como dizia Castelão, «o nosso caso é muito mais SIMPLES do que o dos bascos e catalães» que não têm o que nós temos: Portugal] Ou deputados e deputadas galegas e portuguesas a defenderem no Parlamento Europeu ASTANO E LISNAVE CONSTRUIR BARCOS? Ou na Assembleia Geral e/ou outros órgãos das Nações Unidas defender a Livre Determinação, a Soberania e Independência da Galiza Norte para LIVRE se UNIR com Portugal? Tudo é o que nós tentamos fazer e vimos fazendo embora a ABAFANTE CENSURA, o isolamento e o apartheid ao que nos submetem.
Infelizmente, PÔR A POLÍTICA DE UNIÃO NACIONAL DA GALIZA E PORTUGAL EM PRIMEIRO LUGAR, não é o que se está a fazer porque a penetração ideológica do COLONIALISMO espanhol é de tal intensidade que consegue mesmo confrontar galegos entre si e a Galiza com Portugal. Nós ENCORAJAMOS a militância do BNG para DEBATEREM [leiam, estudem, memoricem o capítulo XIX do Livro II do Sempre em Galiza] na sua próxima Assembleia e perante o proletariado e a cidadania a questão FULCRAL do nosso país: o seu deslocamento, a sua divisão em duas partes CONFRONTADAS. Um posicionamento favorável à UNIÃO NACIONAL DA GALIZA E PORTUGAL seria DAR PASSOS DE GIGANTE na nossa libertação, na libertação do povo galego, na vitória do socialismo, da DEMOCRACIA PROLETÁRIA. E este apelo também o fazemos para pessoas, entidades e instituições cuja convição seja a LIBERDADE E O PROGRESSO DA GALIZA OPERÁRIA, CAMPONESA, MARINHEIRA E DOS SOLDADOS: O SOCIALISMO E A INSURREIÇÃO.


Em Ferrol, Sexta-Feira, 9 de Dezembro de 2011


COMISSÃO PARA A REUNIFICAÇÃO NACIONAL DA GALIZA E PORTUGAL

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