sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

INSURREIÇÃO E GREVE GERAL EM PORTUGAL

A Greve Geral em Portugal do passado 24 de Novembro põe de relevo o fácil que é a INSURREIÇÃO e como a evitaram as forças convocantes e apoiantes. Na Greve Geral participaram mais de TRÊS milhões das classes trabalhadoras portuguesas no entanto nas manifestações de Lisboa e do Porto participaram milhares, uma clamorosa contradição. A escassa assistência aos desfiles nomeadamente em Lisboa é atribuída à falta de transportes, em greve. Nós julgamos que as organizações convocantes queriam esse resultado. Não queriam centenas de milhares de manifestantes a rodear e TOMAR a Assembleia da República para desde o órgão da soberania popular EVITAR que em dia 30 fosse aprovado o Orçamento do Estado para o ano 2012 com medidas que o povo português NÃO votou, que ninguém votou. A tomada da Assembleia da República significaria a derrocada do governo? Com certeza, porque um governo, qualquer governo, que legisle como o está a fazer o governo português, SÓ merece, e com urgência para evitar danos maiores, ser derrubado pela FORÇA POPULAR depositária da SOBERANIA que governaria em concordância com a vontade popular CLAMOROSAMENTE manifestada na Greve Geral: contra o empobrecimento e a exploração, por um Portugal DESENVOLVIDO E SOBERANO.
Esta fragilidade era, na nossa opinião, bem conhecida do governo de Passos Coelho, daí anunciar estar reunido para seguir o desenvolvimento da Greve Geral e tomar as medidas pertinentes para a fazer fracassar, tudo denunciado por diferentes bocas exceto denunciar a significativa presença de dois destroyers norte-americanos, o Sullivan e o Mitscher, este acabando a manobra de atraque dez horas antes do começo da greve geral, no cais de contentores de Alcântara, a controlarem a Ponte 25 de Abril, presença, achamos que, não por acaso.
Tudo num contexto onde a ideia fulcral, DERRUBAR O GOVERNO, exprimida por Otelo Saraiva de Carvalho, é subtilmente desautorizada pelo golpista Ramalho Eanes, o grão derrotador da Revolução do Cravos, junto com o Mário Soares; este, a tentar colocar-se em boa posição para um futuro que adivinha, afirma «a Europa, ou retifica ou haverá revolução». Nesse mesmo denso contexto o PCP celebra o Fado proclamado pela UNESCO Património Imaterial da Humanidade como «uma ESTIMULANTE expressão (...) do povo na construção e defesa da IDENTIDADE E INDEPENDÊNCIA NACIONAL do nosso país». Já sabem «Lisboa casta princesa no marco da realeza». O PCP celebra o Fado contra a Tradição Oral Galego-Portuguesa, referente muito mais marcante da IDENTIDADE do nosso país, da cultura COMUM galego-portuguesa, cultura NACIONAL. Quanto à INDEPENDÊNCIA NACIONAL do nosso país, referenciá-la no Fado com pouco mais de um século de existência, é radicalmente NEGAR A HISTÓRIA da luta do povo pela Independência e Reunificação das duas Galizas deslocadas. Tudo muito próprio da ciência que o Marxismo representa e o PCP proclama. Tudo muito próprio das forças políticas organizadas do Além e do Aquém-Minho a NEGAREM radicalmente a História dum ÚNICO povo, o galego-português, ESCRAVIZADO e com a sua Nação DIVIDIDA, ROTA, CONFRONTADA para melhor a COLONIZAR E ESPOLIAR. Tudo muito próprio das forças sindicais CGTP-IN e CIG que apesar da criação e existência da União Operária Galaico-Portuguesa, a nossa melhor tradição de UNIDADE proletária e nacional, radicalmente a NEGAM para falarem de solidariedade INTERNACIONAL, como se fôssemos ESTRANGEIROS, os uns dos outros. O exemplo da CIG é de relevo: podia ter UNIDO a Greve Geral em Portugal com a Greve Geral na Galiza ou quaisquer outras mobilizações mas NÃO! A coisa limitou-se a juntar dezenas de pessoas em dia 23 perante o Consulado de Portugal em Vigo para falarem de solidariedade INTERNACIONAL com os nossos irmãos e irmãs portuguesas em luta por um Portugal, a Galiza Sul, DESENVOLVIDO E SOBERANO!
A fragilidade e o medo dos governos capitalistas TODOS é, a nosso ver, o que explica a urgência dos acontecimentos que estamos a sofrer cada dia ao anunciarem mais e mais GUERRA cujo desfecho não pode ser outro que a GUERRA MUNDIAL NUCLEAR, um caminho que pode ser evitado, um caminho facilitado pelos lugar-tenentes da classe capitalista, Tojo e Méndez, que leva a um vasto campo santo onde centos de milhões do proletariado mundial terão os seus restos depois de perecerem matando-se uns aos outros a defenderem os seus capitalistas e governos. O Tojo no campo santo pode ser um remédio preventivo, democrático e a UNIDADE PROLETÁRIA E LIVRE DETERMINISTA UM DEVER INESCUSÁVEL COMO A INSURREIÇÃO.


Em Ferrol, Sexta-Feira, 2 de Dezembro de 2011
COMISSÃO PARA A REUNIFICAÇÃO NACIONAL DA GALIZA E PORTUGAL

Sem comentários: